E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

quinta-feira, 31 de março de 2011

UMA VIDA SANTA




"A vontade de Deus é esta: a vossa santificação”. (1Tes 4,3)

Confrontando minha vida com a palavra de Deus me vem a pergunta: Eu tenho vivido uma vida santa?
        As vezes buscamos com todo empenho viver uma vida santa, mas nos deparamos com nossa fraqueza e com o fato de que costumamos  vigiar sobre os grandes perigos de queda mas não sobre os “pequenos”. Não percebemos que as pequenas fraquezas vão abrindo pouco a pouco uma brecha em nossa vida espiritual e emocional. Uma situação comum que percebemos é que quando nos deparamos ou somos confrontados, com uma situação da vida que não aceitamos ou da qual nos envergonhamos,  escapamos dela pela mentira sem nos darmos conta de que a mentira pode se tornar um vício difícil de vencer. As vezes é o medo e a insegurança que nos faz mentir. Precisamos ter consciência que o medo e a insegurança é a outra face do orgulho. Fazemos a mesma coisa que Pedro fez quando foi confrontado pela criada do sumo sacerdote e negou Jesus. Vejamos o que diz a Bíblia:
       “Eles prenderam Jesus e o levaram para a casa do sumo sacerdote. Pedro o seguia de longe. Acenderam um fogo no meio do pátio e sentaram-se ao redor. Pedro veio sentar-se com eles. Uma criada, vendo-o sentado junto ao fogo, fitou os olhos nele e disse: ‘Este homem também estava com ele’. Mas Pedro negou: ‘Eu nem o conheço, mulher’. ... Nisso, enquanto Pedro ainda falava, o galo cantou. Voltando-se, o Senhor olhou para Pedro, e este se lembrou das palavras de Jesus, quando lhe disse: ‘Antes que hoje o galo cante, tu me terás negado três vezes’. E, saindo para fora, Pedro chorou amargamente”.
 (Lc 22, 54-62).
Só Jesus pode nos curar e nos libertar do hábito da mentira, e ele quer fazer isso. Então, oremos:
        Eu te peço perdão, Senhor, pelas mentiras e disfarces em minha vida. Jesus, cura minha alma ferida. Cura-me da vergonha sobre fatos da minha vida e situações que eu vivo. Eu te entrego as coisas e situações que eu não aceito e que não posso mudar. São fatos da vida, escolhas que fiz sem ter consciência de suas consequências ou escolhas que outras pessoas fizeram e que afetam a minha vida e sobre as quais eu não tenho nenhum poder. Jesus, liberta-me da vergonha que me faz mentir. Cura o meu coração, Senhor. Liberta-me da escravidão do orgulho e do desejo de ter controle sobre os acontecimentos da vida, de querer que os outros sejam como eu quero. Dá-me humildade, Senhor.
      Jesus, eu libero todas as pessoas sobre as quais eu faço algum tipo de cobrança. Eu as libero para que sigam o caminho que cada uma optou. Eu as entrego a ti, meu Deus. Obrigada, Jesus, por me olhar com o mesmo olhar amoroso com que olhaste a Pedro quando ele te negou. Eu creio que sou curada no seu amor. Eu experimento que o Senhor está próximo de mim e me chamas pelo nome. E a tua voz é mais forte, ressoa mais em minha alma do que qualquer outra voz. Deus visitou o seu povo! (Lc 1, 68). Está comigo, me ama, me perdoa, me cura. Obrigada, meu Deus.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A EXPERIÊNCIA DO AMOR

      As vezes parece que a cada manhã eu preciso refazer o caminho espiritual e minha ligação com Deus. Parece que a noite me rouba tudo, e que minha alma precisa ser despertada pelo Espírito Santo para abrir-se de novo para a graça. Isto é cansativo, e se eu não tiver a firme disposição para o combate espiritual seria fácil ir cuidar de outras coisas e me afastar da oração. O que me segura é a sede de Deus, o desejo de estar com Ele.
      Me ajuda no combate espiritual a clareza da meta a alcançar. Afinal, o que busco no seguimento de Jesus? Para mim a resposta é clara: quero ser conduzida pelo Espírito Santo. Desejo o Espírito Santo! Esta resposta clara, a certeza do prêmio a alcançar é que me segura nos dias maus.
Os leões conhecem a necessidade e a fome, mas aos que procuram o Senhor nada lhes falta”. (Sl 34(33), 11)
      Meu irmão, minha irmã, nada lhe falta quando você faz a experiência de que o Amor te ama. Você pode ser plenamente saciado no desejo de amar e ser amado quando faz a experiência do amor de Deus, e percebe que pode amar com esse amor com que é amado. Então, o seu coração se transforma num vaso cheio, transbordante, repleto de amor.
Oremos pedindo a experiência do amor de Deus:
Ó Trindade Santa, Deus amor, que desejas vir fazer morada em meu coração. Eu vos peço que como ao criar o ser humano dissestes: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, olhe hoje para mim e diga: “Façamos morada em seu coração”. Ó Deus amor, eu sei, porque o Senhor mesmo nos revela em sua palavra, que tudo o que desejas é fazer morada no coração humano. Como Abraão eu te espero à entrada da tenda, à porta do meu coração. Vem, Senhor meu Deus, vem Amor. Amém.
“’Meu Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem sem parar junto a teu servo. Mandarei trazer um pouco de água para lavar vossos pés e descansareis debaixo da árvore. Trarei um pouco de pão para refazerdes as forças, antes de prosseguir viagem. Pois foi para isso mesmo que vos aproximastes de vosso servo’. Eles responderam: ‘Faze como disseste’”.

 (Gn 18,3-5).

domingo, 20 de março de 2011

O DESÂNIMO

     Hoje em dia é muito fácil encontrarmos pessoas dominadas pelo desânimo em todas as áreas da vida, também na vida espiritual. Quando alguém me diz que está desanimado, dependendo do grau de desânimo que observo na pessoa, sinto muita compaixão, porque eu sei do que ela está falando. Lutar contra o desânimo é algo muito real em minha vida, e acho que o demônio do desânimo é um dos mais difíceis de derrotar. A imagem que eu tenho dele é de um “buraco negro” que suga minha energia, vitalidade, alegria e entusiasmo, me levando ao isolamento, a solidão. Quando luto com ele sinto claro que o seu desejo é me levar à morte, à perda do sentido da vida.
       Sabemos que é mais ou menos comum sentir desânimo por volta dos quarenta anos. Nesta fase da vida, em que atingimos a meia idade, costumamos fazer um balanço para vermos perdas e ganhos, reavaliar a vida que temos levado, onde as nossas escolhas nos levaram, e fazer uma correção da rota. Se isto é feito de uma forma saudável vamos procurar o que é bom, o que me faz crescer como pessoa, filha de Deus. Mas se esta avaliação e possível mudança for feita a partir das feridas e dos pecados podemos tomar um caminho enganoso e destruir mesmo o que já conseguimos realizar de bom na vida.
      Mas hoje parece que o desânimo atinge os nossos jovens cada vez mais cedo. Penso que uma das causas desse fenômeno é o consumismo  gerando insatisfação e frustração, a desintegração da família, e a perda dos valores morais tendo como consequência o desrespeito por nós mesmos e pelos outros.
Vou partilhar com vocês as armas que eu costumo usar contra o desânimo.
1.    A oração: Deus é a fonte da vida e só Ele pode me dar o sentido da vida. Aproximo-me dele como Davi, suplicando: “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito generoso” (Sl 51(50), 14). Sentir que Ele está comigo em meu desânimo me dá uma força sobrenatural.
2.    Ter amigos, cultivar amizades. Não me afastar da comunidade de fé. Juntos sustentamos uns aos outros em nossa fraqueza.
3.    O hábito de fazer trabalhos manuais. Especialmente aqueles que me permitem exercer a criatividade.
4.    Ter equilíbrio entre a ocupação e o ócio. Ocupar o meu tempo, mas ter pausas restauradoras mais ou menos programadas.

  “Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos vacilantes!” (Is 35,3).

            Oremos juntos:
      Meu coração está em tuas Mãos, meu pai. Em tuas mãos encontro repouso, descanso, compreensão, acolhida, amor, explicação, significado.  E nos momentos mais difíceis e dolorosos da minha vida o Senhor tomou meu coração e o colocou junto ao teu coração amoroso. Assim fui e sou protegida do mal. Tuas santas mãos, Jesus, e teu coração é meu refúgio. E onde eu for, por onde o Senhor me levar, eu estarei em casa.
      Jesus, eu quero corresponder ao seu amor com todas as forças da minha alma. Quero viver plenamente tudo que o Senhor me permitir viver. Por isto lanço fora agora as forças do desânimo, abatimento, solidão, as forças do nada, do vazio, da falta de sentido, que querem roubar minha vida e a alegria de viver. Sobre a minha vida eu te proclamo, Jesus, meu senhor e salvador. Amém.

quinta-feira, 17 de março de 2011

E FORAM PARA O DESERTO

    “Cheio do Espírito Santo, Jesus voltou do rio Jordão e foi levado pelo Espírito para o deserto, onde foi tentado pelo diabo durante quarenta dias”.  (Lc 4,1-2).
      Jesus foi ao deserto como vencedor, Ele é que tomou a iniciativa movido pelo Espírito Santo. É para combater a Satanás que Jesus vai para o deserto, para enfrentar-se com ele no lugar de sua morada: a solidão. Para alguns cristãos dos primeiros séculos ir para o deserto era imitar Jesus: viver como eremita no deserto, na solidão, para enfrentar o inimigo e viver mais profundamente a vontade de Deus, purificar o coração para amar a Deus sobre todas as coisas. Faziam isso porque seu coração tinha sido irremediavelmente ferido pelo amor do Senhor, pelo encontro com o Cristo ressuscitado. E esta ferida de amor é muito mais profunda do que as feridas causadas pelos traumas e pecados. Através desta ferida de amor seus corações foram unidos ao coração de Jesus. No início experimentavam que desta ferida jorrava sangue, o sangue da purificação dos apegos. Depois, quando o coração foi suficientemente curado e sua entrega foi maior, esta ferida passou a jorrar luz, a luz do Espírito Santo, que passava por eles e atingia a todos os que se aproximavam. Viviam no amor e na força do Cristo ressuscitado.
        Tenho a imagem de estar num lugar calmo, onde eu conheço e domino o terreno. À minha frente tem um rio e depois dele todo um mundo desconhecido, que me dá medo. O lugar que eu domino, conheço, é a minha vida cotidiana, as coisas que sei a meu respeito, a rotina, o ambiente familiar.  As vezes quero parar nesta zona de conforto, mas Jesus sempre quer me levar além de mim mesma. Sempre me desinstala, me leva a vencer meus limites e a descobrir um mundo novo, a viver os desafios da vida.
        O Senhor nos dá o seu Espírito e nos chama a viver as lutas da  vida como vencedor, filho de Deus, não como alguém resignado que não tem saída.  O que Ele deseja de nós é um coração aberto, um coração disposto a ser transformado pela água viva do Espírito Santo, que quer fecundar a minha alma como fecundou o ventre de Maria. Inunda meu ser, Espírito Santo de Deus.

Oremos juntos:
Senhor Jesus, para viver a vida nova eu renuncio a satanás e as suas obras. Renuncio a resignação, a tristeza, ao espírito de derrota.  Renuncio a toda somatização que a minha mente possa fazer no meu corpo. Renuncio ao espírito de morte e à escuridão que as vezes quer tomar conta da minha vida. Renuncio ao cansaço, ao isolamento, a condenação e a culpa. Renuncio ao medo e a todas as forças desintegradoras do meu ser. Jesus eu confio em vós, e confiando no  Senhor posso combater o mal. Tú és meu único Senhor e Salvador. Eu te entrego a minha vida. Amém.

domingo, 13 de março de 2011

ABRA O SEU CORAÇÃO

       O que Deus mais quer de nós é um coração aberto para Ele. Um coração que confia e que permite sua ação em nossa vida. Mas, mesmo sabendo que isto é bom, reconhecemos também que é uma coisa difícil de fazer. O nosso eu, pequeno, doente e frágil, insiste em se manter no controle. Para ter vida em plenitude precisamos abrir o coração, coração este que está as vezes fechado a tanto tempo que até pensamos ter perdido a chave.
      Por mais que eu já tenha procurado me abrir para a graça de Deus reconheço  que há áreas do meu ser que precisam ser abertas. Áreas que estão fechadas por causa de feridas, mágoas, ressentimentos, medo, decepções, perdas, abandonos, traições... Me vem o pensamento: será que posso confiar em alguém? Assim, na dúvida, minha mente fica confusa e acabo abrindo a porta do meu coração para pessoas erradas, os vendilhões do templo.
      Viver assim, defendendo o coração fechado, defendendo a imagem, esgota minha energia, dá stress, cansaço. Todos nós precisamos de um lugar onde possamos reclinar a cabeça e descansar. Precisamos de um relacionamento íntimo com alguém em quem possamos confiar. Mas, por mais confiaveis que sejam as pessoas sempre irão nos decepcionar, pois somos todos feitos do mesmo barro, ninguém é perfeito. Só em Jesus podemos confiar inteiramente. Abrindo o coração para Ele teremos a sabedoria de como nos relacionarmos com as pessoas.
“Vinde a mim vós todos, que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e acharei descanso para vossas almas. Pois meu jugo é suave e meu peso é leve”.
 (Mt 11, 29-30).


Oremos pedindo a cura do coração:
Jesus, eu te entrego a chave do meu coração, é uma chave antiga e já está enferrujada. Senhor, tira todo mofo das coisas velhas que estão guardadas dentro de mim. Tira também toda acidez, amargura e cansaço das coisas mais recentes. Abra todos os comodos e janelas da minha alma. Senhor, cure o meu coração. Abra o que for preciso abrir e feche também o que for preciso fechar. Jesus eu confio em vós, abro o meu coração para o Senhor, meu Deus, meu amigo, meu abrigo. Amém

sexta-feira, 4 de março de 2011

A MENSAGEM DO BAMBU


Orando por você que está lendo esta mensagem em meu blog me vem a imagem de um bambuzeiro. E sinto que Deus quer falar conosco através desta imagem. Vejamos: um bambu é firme, enraizado no chão, de tal forma que o vento não o arranca facilmente, mas é também flexível, se dobra à ação do vento. É uma bela imagem... O que o Senhor nos fala é que ele nos quer assim como o bambu: firmes, enraizados nele, e flexíveis à condução do Espírito Santo.

        Vamos olhar para nós mesmos: podemos dizer que o ser enraizados, firmes, é o meu eu adulto que decide, assume, se compromete, que é capaz de perdoar e amar de novo, de optar por seguir Jesus decididamente. A parte flexível é a criança em mim: ela traz motivação, alegria, abertura para o novo,  que precisa ser amada e estar bastante curada pela experiência do amor de Deus. Uma criança ferida pode nos trazer muito sofrimento e nos levar a fazer escolhas erradas.

        Mas vamos prestar atenção... Algumas pessoas se aproximam de nós e vê apenas a criança. Pensam que somos inseguros, ingenuos, e pensam em se aproveitar. Com essas pessoas precisamos estar atentos e nos proteger para não sermos envolvidos, manipulados. Por outro lado, outras pessoas vêem somente o eu adulto e sentem medo, transferindo para nós  a figura da mãe, do pai ou outra figura de autoridade. E, graças a Deus, há os que nos acolhem como  somos, com esses temos uma relação de liberdade, são livres e nos deixam livres; são os nossos verdadeiros amigos.
Vamos orar?
Senhor, eu abro o livro da minha vida diante de ti. Eu sei que o Senhor me conhece inteiramente, muito mais do que eu mesma me conheço. Mas o abro diante de vossa face para que o Senhor conduza a minha história e eu caminhe sempre sob o teu olhar. Jesus, escreva junto comigo a minha história; corrija a minha rota, Senhor. Vejo que a parte que o Senhor escreve revela o infinito amor de Deus por mim. Amor que me chamou à vida, e que sustentou a minha vida até hoje. A parte que eu escrevo é feita de sonhos, ilusões, desejos, projetos, nem sempre de acordo com a sua vontade para mim. Mas o Senhor, no seu amor e bondade, vai tecendo tudo isto, corrigindo o meu caminho, e fazendo da minha história uma bela história. Senhor, eu te louvo por tudo o que me aconteceu na vida, pois tudo, nas suas mãos, é matéria prima para o meu crescimento como pessoa, filha de Deus. Amém.