E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O REINO DE DEUS


    “O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem toma e semeia em sua terra. É a menor de todas as sementes. Mas, quando cresce, é a maior das hortaliças e torna-se uma árvore, de modo que em seus ramos os passarinhos vêm fazer ninhos” 
(Mt 13,31-32).

        Muitas vezes Jesus nos fala do Reino de Deus. Ele veio anunciar o Reino. Mas, podemos nos perguntar: o que é o reino do Deus? E, diante da maldade presente no mundo, podemos pensar: onde está o reino de Deus?

        O Reino de Deus é o próprio Jesus, nele temos a salvação, o perdão dos pecados, somos filhos de Deus: Porque sois filhos, Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: “Abba, Pai” (Gl 4,6). Deus nos escolheu para a vida, e nos deu a vida da graça pelo batismo. Quando o acolhemos Ele vai trabalhando em nosso coração de forma silenciosa, misteriosa e poderosa, pela ação do Espírito Santo, como um fermento que faz crescer a massa ou uma semente plantada na terra fértil.

        O Espírito Santo  troca o nosso coração de pedra por um coração de carne (Ez 36,26), um coração de filho, um coração que ama. Nos dá a experiência do amor do Pai, endireita os nossos passos para o seguimento de Jesus. Nos faz discípulos do Mestre. Desta forma vamos sendo curados da crueldade do mundo, e restaurando a imagem e semelhança de Deus que perdemos por causa do pecado.

      Jesus usa a imagem da semente de mostarda que é a menor das sementes, mas quando cresce é a maior das hortaliças. 
Como pessoas do Reino podemos nos sentar à sombra de nossa árvore e saborear a vida com tudo que ela nos traz. 
Enraizados em Jesus, nossa rocha, podemos até mesmo dar sombra a outros, pois, como filhos de Deus, somos chamados a viver o amor.


     Vinde Espírito Santo! Vinde água viva, molhar  a terra seca da minha alma e torná-la uma terra fértil para a semente do Reino. Vinde, Senhor que dá a vida. Vinde, pai dos pobres, me enriquecer com seus dons. Vinde, alegria de Deus, dá-me a alegria da salvação em Jesus. Vinde, Espírito Santo, me ponha em seu colo como uma criança pequena no colo da mãe. Alimenta-me, sacia-me com o leite materno do amor do Pai. Vinde, Espírito Santo, ser minha força e coragem. Vinde... Vinde... Preciso de vós como do ar que respiro. Sem o Senhor nada há de bom e de santo em mim. Vinde consolador, Espírito da verdade, Espírito de Deus. Vinde!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

REJEIÇÃO E ACOLHIMENTO


“Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá”  (Sl 27(26),10).

       A experiência da rejeição, do abandono, é a mais dolorosa para o ser humano. A experiência de ser rejeitado ainda no ventre materno e na primeira infancia marcam a pessoa por toda vida. É comum a quem viveu esta experiência lutar com complexo de inferioridade e baixa auto-estima – não reconhecendo o seu valor. À esta experiência de rejeição durante a gestação e nos primeiros anos de vida vão se somando outras rejeições e abandonos  ao longo da vida, o que pode fazer a pessoa se fixar no desamor (rejeição é desamor). E em todos os seus relacionamentos e empreendimentos a precede o desamor, a expectativa da rejeição.

       São muitas as causas da rejeição e não vou enumerá-las todas aqui. Mas a rejeição mais dolorosa é a tentativa de aborto, quando o feto experimenta que quem devia proteger sua vida, quem ele confia, de quem depende, quer matá-lo. A rejeição acontece também quando os pais biológicos abandonam o filho, o dão para adoção ou quando a criança não é do sexo desejado pelos pais ou ainda quando a criança não é aceita pelo seu jeito diferente de ser e não corresponde às expectativas dos pais. Ou quando é sempre comparada com outro irmão ou amiguinho.

        A cura profunda da rejeição só acontece no amor de Deus. Quando experimentamos que Deus nos ama como somos e como estamos. As vezes as marcas de rejeição são tão profundas que é difícil acreditar no amor de Deus e deixar-se amar por Ele. Mas o que o Senhor nos pede é que nos abandonemos em seu colo amoroso, como uma criança adormecida no colo de seu pai ou mãe. Nosso desafio é permanecer e ouvir a voz de Deus Pai/Mãe e deixar-se amar, pois quando fomos muito feridos pelo desamor ficamos inquietos e dispersivos, queremos sempre fugir. É na experiência do amor de Deus Pai/Mãe que conseguimos nos abrir para o amor humano que nos é oferecido.

“Mas Sião reclama: o Senhor me abandonou, meu Deus me esqueceu! Pode uma mulher esquecer seu bebê, deixar de querer bem ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma esquecesse, eu não te esqueceria!” (Is 49,14-15).

       Senhor, meu Pai, em teu Filho Jesus e pelo Espírito Santo, cura-me no seu amor. Que cada célula do meu corpo seja renovada agora o seu amor. Que os meus ossos sejam fortalecidos no seu amor. Que todas as áreas do meu cerebro sejam banhadas na luz do seu amor. O Senhor me teceu no seio materno, me chamou à vida, me acolheu com amor infinito. Todo amor que existe no mundo esteve e está à minha disposição. Rompa, meu Pai, a barreira do desamor em mim. Cura-me da rejeição, do abandono, medo, mágoa, ressentimento e raiva, que esta experiência me causou. Meu coração se endureceu pelo desamor, amoleça-o no seu amor de Pai. Vá nas profundezas do meu ser, onde eu não posso ir, e regenera a minha vida no seu amor. Amém.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A FONTE DA PALAVRA


“Oh! Vós todos que tendes sede, vinde às águas! Mesmo que não tenhais dinheiro, vinde! Comprai cereais e comei! Mesmo sem dinheiro ou pagamento, vinde beber vinho e leite” (Is 55,1).


     O ser humano é sedento por natureza. Estamos sempre inquietos; esta inquietude nos faz perceber que dentro de nós há uma sede, um desejo de ir além. Mas, apesar dos nosso esforço, percebemos que não podemos saciar esta sede apenas com as nossas forças. Nosso limite é estreito e nossa alma é tão ampla... As vezes nos enganamos e buscamos nos saciar em águas poluídas que não matam nossa sede, e pior, nos fazem adoecer, nos trazem a morte. Buscamos nos saciar no consumismo, no individualismo, na alienação e em todos os vícios. Coisas que muitas vezes adquirem um poder sobre nós e às quais prestamos um culto de idolatria, nos escravizam e nos afastam de Deus.

     Mas a voz do Senhor ecoa sempre, suave, mas profundamente, em nosso espírito. Nos convidando à fonte inesgotável que nos cura, nos perdoa, e nos faz experimentar a verdadeira vida. A fonte das águas é a Palavra de Deus, ela é o alimento gratuito que nos alimenta, conforta e cura. Podemos beber dessa água na leitura orante da Bíblia.

      Como fazer a leitura orante? Primeiramente pedir ao Espírito Santo que fecunde o seu coração para que ele se torne uma terra boa onde a semente da Palavra possa dar frutos “cem por um” (cf.Mt 13,8).

·         Ler     ler um texto escolhido da Bíblia. Reler o texto com atenção parando em uma palavra ou versículo que mais te tocar.

            Meditar o texto e o contexto – em que época e para quem para quem foi escrito. E aplicar na vida: o que diz o texto para você? Como ele se aplica no que você está vivendo hoje?

·         Orar com o texto – pedir, louvar, agradecer a Deus a inspiração, a resposta que Ele te deu. Perceber os movimentos da alma: como estava... como estou...

·         Contemplar: fechar os olhos, silenciar, deixar que o Espírito Santo aja profundamente em sua alma e seu coração, te transforme, te cure, segundo a Palavra orada.

E a Palavra se fez carne...”   Escolha um versículo para ruminar durante o dia, deixando que a Palavra se faça carne nas suas ações, no seu pensar e sentir. Pouco a pouco sua vida será transformada pela Palavra de Deus.

Oremos juntos:

       Senhor, tenho sede! E se tenho sede é porque o Senhor tem sede de mim. Sacia a minha sede com a água viva da sua Palavra. Vem Espírito Santo, vem amigo, fazer jorrar no solo árido do meu coração uma fonte perene que  me sacia. Senhor, renova a minha vida, purifica o meu coração, santifica-me, dá-me um coração fiel a Jesus, um coração manso e humilde, um coração que ama. Cura-me de toda carência, solidão, angústia e medo. Que a sua luz expulse da minha vida a noite do pecado e as trevas da incredulidade. Assim, meu coração será uma terra bem regada e já não mais terei sede. Vinde, Espírito Santo. Amém.