E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

CAMINHANDO COM O SENHOR

      “‘Subi, vós, para a festa. Para esta festa eu não vou, porque ainda não se cumpriu o meu tempo’. Tendo dito isto, Jesus ficou na Galiléia. Mas depois que os irmãos tinham ido, também ele foi para a festa. Não em público, mas secretamente” (Jo 7,8-10).

     Jesus disse que não ia subir à Jerusalém para a festa das Tendas, mas depois resolveu ir só... Nessa atitude de Jesus vemos que os sentimentos, pensamentos, sofrimentos, decisões, ou seja, as questões mais profundas da vida de uma pessoa se passa entre ela e Deus. Só o Senhor sonda as nossas profundezas e sabe o que está no coração.

     O que realmente uma pessoa vive, mesmo as mais próximas de nós, nos é oculto. Às vezes alguém ao nosso lado está passando por grandes sofrimentos que desconhecemos. E às vezes aquela pessoa que menos pensamos estar precisando da graça e misericórdia do Senhor é a mais necessitada. Às vezes rezamos muito por alguém da família sem perceber que é outro que precisa das nossas orações. Da mesma forma o órgão do nosso corpo que pensamos não estar em perigo é por onde entra a doença. Às vezes é difícil percebermos que não controlamos a vida - tudo é dom de Deus.

     Jesus foi para a festa, só... Talvez para fugir de alguma demonstração pública que os outros peregrinos podiam fazer ao reconhecê-lo – não era ainda a sua hora de entrar triunfante em Jerusalém... Mas talvez o motivo principal fosse ficar só com o Pai ao longo do caminho para Jerusalém. Podemos imaginar como Jesus ia conversando com o Pai, falando e ouvindo sobre o próximo passo da sua missão salvadora; preparando-se para os acontecimentos futuros: sua paixão e morte na cruz. Fortalecido pela caminhada solitária com o Pai, chegando a Jerusalém ele ensina no Templo e se expõe aos que queriam matá-lo (cf. Jo 7,37-39).
    
Nós também, muitas vezes, precisamos nos afastar do burburinho da vida, do redemoinho do mundo, e ficar só com Deus, para falar com Ele, escutá-lo; ouvindo ao Senhor, ordenar nossa vida e sermos enviados para servir como Ele quer.


    
 Senhor, eu confio na sua misericórdia. Abandono-me em vossas mãos... Minha vida e a vida dos que me são caros está em vossas mãos, meu Pai. Nada quero reter, meu Deus! Abro minhas mãos e me entrego a vós. O Senhor conhece minha fraqueza. Vinde logo em meu auxílio. Não me desampares, não me abandones, Deus de minha salvação. Dá-me a força do Espírito Santo; cubra-me com o Sangue do Cordeiro, Jesus Cristo, vencedor do mal e da morte. Fica conosco Senhor, hoje e sempre. Amém.

domingo, 14 de julho de 2013

FELIZES OS MANSOS


“Felizes os mansos, porque possuirão a terra” (Mt 5,5).

      Ser manso é um grande desafio no mundo agitado e violento em que vivemos, onde os poderes do orgulho e do egoísmo se levantam e nos sufocam. Geralmente não queremos buscar a mansidão porque pensamos que ser manso é ser ingênuo ou bobo. Mas o que é ser manso?

       A mansidão que Jesus nos fala não é a daquele que tem o temperamento manso, ou se tornou assim por baixa autoestima, complexo de inferioridade ou ainda pelos fracassos da vida.
     
Ser manso é confiar plenamente em Deus em todas as situações da vida, se submeter ao senhorio de Jesus e permitir que Ele governe seu ser e sua vida. Até mesmo quem tem um temperamento colérico pode ser transformado  pelo Senhor. O manso é sobretudo manso para Deus e permite que o Senhor passe a mão sobre ele. Que deseja sobretudo ter seu coração unido ao Senhor e fazer sua vontade. Jesus se identificou como um deles: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para vossas almas” (Mt 11,29).

      Num certo sentido a bem-aventurança da mansidão contém todas as outras, pois ser manso é ser pobre de espírito; é ter o coração aberto para receber a consolação de Deus nos sofrimentos; é ser misericordioso; é buscar a justiça e a paz; é ter o coração semelhante ao de Jesus. E por experimentar ser filho amado do Pai permite que o Espírito Santo vá purificando seu coração, para ver à Deus em todos os acontecimentos da vida, na esperança feliz de um dia o contemplar face a face.

Quais os maiores obstáculos para vivermos a mansidão?

     Viver a mansidão é um combate espiritual. Combate comigo mesma, com o mundo, com o maligno. Os maiores obstáculos que vejo e experimento são: a criança raivosa dentro de mim que quer ter o controle de tudo para que sua vontade seja feita. O segundo obstáculo, ligado ao primeiro, é o amor desordenado, o apego, ao meu projeto de vida – é ter um coração obstinado como um cachorro que já roeu todo o osso, mas não o solta. Outro obstáculo que vejo é ter a mente acelerada, ser dominada pela pressa da sociedade moderna. Tudo passa depressa demais, por isto não saboreio o presente; sentindo que não vivi bem o presente me apego à ele quando se torna passado. Ao mesmo tempo a ansiedade da vida corrida me leva à viver no futuro, prevendo as coisas, sofrendo por antecipação, sendo dominada pelo medo e preocupação excessiva.

     Ser mansa é uma escolha que faço: sair do redemoinho do mundo para entrar na esfera de Deus e receber vida em plenitude.

Senhor Jesus, opto hoje mais uma vez por ti. 
Escolho ter um coração semelhante ao vosso, manso e humilde. 
Jesus, cura a criança irada e pirracenta em mim, que quer controlar as coisas, as pessoas, a vida. 
Dá-me a graça da liberdade. 
Quero voar nas asas do teu Espírito e não ficar apegada a nada neste mundo, pois, tudo passa. 
Dá-me, ó amado Senhor, a graça de viver bem o presente, de saborear a vida que o Senhor me deu como ela é. 
Me submeto à sua mão poderosa que protege, ampara, cuida, porque ama. 
Amém.