E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

“QUEM DIZEIS QUE EU SOU?"


“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,15).


Essa pergunta de Jesus aos seus discípulos ecoa no meu e no seu coração, pois cada um precisa dar sua resposta pessoal. Posso responder que és o Amado, mas não basta. És o Amigo, é verdade, mas não é tudo! Posso dizer que és o Salvador, o Senhor, o Mestre... todos os títulos que eu possa dar à Jesus, são verdadeiros, mas incompletos diante da realidade maior: “Tu és Deus!” Por isso a resposta de Pedro foi a perfeita, inspirada pelo Espírito Santo: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). Por isto vale a pena entregar-me com confiança e sem reservas ao Senhor. Cada renúncia, sacrifício, cansaço, perseverança... vale a pena.
 
     Recordo-me de um tempo em que me vi livre, desapegada de todos os laços e proteção humana, e pensei: agora só tenho Deus por mim. Hoje isto é ainda mais verdadeiro: só tenho Deus por mim... “Minha força e o meu canto é o Senhor, ele foi para mim a salvação” (Ex 15,2). Ele é meu amparo, proteção e escudo; me cerca de cuidados, me dá tudo o que necessito. Nele eu encontro repouso. É meu Deus. Para Ele nada é impossível. Ele me liberta de toda forma de prisão, da tristeza e dos ataques do Maligno.

    Se às vezes parece que eu ando numa corda bamba, se a fragilidade da vida me assusta, se sinto medo e insegurança pelo que pode acontecer comigo ou com os que me são caros... sei que não preciso ter medo, pois se ando numa corda bamba os braços de Deus são minha rede de proteção. Se eu cair cairei neles, e seus braços amorosas estão vigilantes, sempre prontos a me segurar. As mãos amorosas do Pai são Jesus e o Espírito Santo, que estão conosco, hoje e sempre. Não precisamos temer nada! “O rei me concedeu tudo, pois a mão bondosa de Deus me protegia” (Ne 2,8).


Senhor dá-me pureza de coração, santidade no olhar, bondade nas ações. 
Jesus tu és meu único Salvador e Senhor. 
Senhor da minha vida, do meu passado, presente e futuro; 
dos meus erros e acertos; 
do meu querer, e do meu ir e vir. 
Senhor da história, Senhor do mundo. 
Tu és o Filho de Deus, Filho do Homem. 
Verdadeiro Deus e verdadeiro homem. 
Vinde Espirito Santo, dá-me a experiência do encontro com o Cristo vivo em meu coração. 
Amém. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A CURA DA AUTOIMAGEM


Amarás o próximo como a ti mesmo” (Mc 12,31).
    
    O amor e acolhimento ao outro passa pela forma como nos vemos. Às vezes nos vemos como em um espelho que distorce a imagem. A origem da autoimagem distorcida é o desamor. Nossa autoimagem vai sendo formada pelas experiências emocionais desde o ventre materno, mais fortemente a partir do nascimento e dos primeiros anos de vida, pois a autoimagem vai sendo formada principalmente pelos relacionamentos e ambiente em que crescemos. A cura da autoimagem é necessária, pois se a imagem que temos de nós mesmos for negativa enfrentaremos dificuldades nos relacionamentos, na família, no trabalho, na comunidade. A autoimagem distorcida gera em nós baixa autoestima. Se tenho baixa autoestima vou passar a vida querendo agradar alguém.

     Algumas causas da autoimagem distorcida: Excessiva rigidez dos pais; falta de limites; comparações; ser alvo constante de chacota, apelidos, gozações a respeito da inteligência, do corpo, do temperamento... Na juventude ou idade adulta: fracassos e frustrações nos namoros, casamento, vida profissional, etc.

     Certos relacionamentos com amigos, marido/esposa, colegas de trabalho e outros, minam de tal forma nossa autoimagem que muitas vezes precisamos nos afastar para sobreviver e geralmente a recuperação é lenta. Preciso passar por um processo de autoconhecimento. Este processo deve ser percorrido com Jesus, pois sem Ele pode nos levar a um beco sem saída. Estar diante do que eu me tornei pode causar grande sofrimento. Preciso deixar o Senhor me dizer quem sou eu. O fundamento da autoimagem está em sermos imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27). Para a cura, preciso reconhecer-me e aceitar-me como pessoa amada por Deus: “Eu te amei com amor eterno, por isso conservei amor por ti” (Jr 31,3).

     Perguntas que preciso responder: Quem sou eu? Qual a imagem que tenho de mim? Eu confio em mim mesmo? De um a dez qual nota eu daria a confiança em mim mesmo, nas pessoas, na vida, em Deus? E para a desconfiança que nota eu daria?
  
No princípio, quando Deus nos criou, nossa vida era como um espelho de cristal límpido. Mas ao longo da vida outras pessoas, às vezes com boa intenção, foram colando cacos de outro espelho por cima deste espelho cristalino - pai, mãe, irmãos, avós, tios, primos, amiguinhos de infância, professores, colegas de escola, a turma da adolescência, amigos, namorados, noivos, marido, esposa, filhos, profissionais que nos lesaram, etc – e passamos a nos ver nesse espelho em cacos. Ou seja, não nos vemos realmente.  Perdemos a consciência da pessoa que Deus criou, do meu verdadeiro eu.  Peçamos ao Senhor Jesus a restauração da nossa autoimagem, para sermos mais a pessoa que Deus sonhou ao nos criar. 

  Senhor Jesus, retire um por um os cacos colados sobre o espelho    da minha vida. 
Senhor limpe também a cola branca que ficou grudada no espelho. 
Ó Deus de misericórdia, levante minha cabeça para eu ver a minha imagem real refletida no espelho, pois às vezes eu não consigo olhar-me no espelho sem rejeitar minha imagem. 
Então, Jesus, olhe-me nos olhos, para que eu veja minha imagem refletida em seus olhos e assim possa ter coragem de olhar-me no espelho da minha vida e ver como realmente sou. 
Ó divino Mestre, dá-me o vinho novo do teu Espírito. 
Encha a minha vida de confiança, alegria, graça e paz. 
Amém.

domingo, 1 de setembro de 2013

A FRAGILIDADE DA VIDA




“Toda criatura é capim e todo seu encanto é como a flor do campo... O capim seca, a flor murcha, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre”  (Is 40,6.8).

    



       Ah, como gostaríamos de sermos livres do medo, preocupação e ansiedade que a fragilidade da vida nos dá. Mas vivemos neste mundo e, vivendo aqui, amamos a vida, as pessoas e tantas coisas boas que temos a oportunidade de experimentar pelo simples fato de estarmos vivos. Às vezes eu tenho o desejo de ter asas para voar e estar em todos os lugares deste mundo e ver a bondade que se manifesta em tantas pequenas ações, ver o amor gratuito de tantas pessoas, pois o Espírito de Deus enche a terra e nos dá a alegria de ver o bom e o belo – “Porque o espírito do Senhor enche a terra: Ele, que a tudo dá consistência, tem conhecimento de tudo que se diz” (Sb 1,7).

      Como não tenho asas, não posso estar fisicamente presente em todos os lugares, mas posso ver tudo isto espiritualmente. Meu corpo é limitado pelas leis da física – e com o passar dos anos mais sinto esta limitação a cada dia -, mas o meu espírito voa. Onde há uma pessoa que sofre eu sofro com ela; onde há uma pessoa que se alegra com realizações, com limitações vencidas, com recuperação ou restituição de algo perdido ou roubado – e não estou falando apenas de algo material – eu me alegro com ela. Faço parte desta grande família humana, que sofre, se alegra e espera o Senhor que virá, e que já está no meio de nós.

    Como é difícil lidarmos com a fragilidade da vida! Hoje estamos aqui, com a vida estruturada desta ou daquela maneira, pensamos estar seguros ou buscamos coisas que nos dê segurança, mas na verdade estamos como quê adormecidos. De repente, tudo muda. Nossa segurança é abalada, perdemos o que para nós era o mais precioso...

     Sabedoria de viver é confiar no Senhor, estar “acordado” para as realidades da vida, ter consciência de que a segurança da vida é Deus: “Confia no Senhor e faze o bem, habita a terra e guarda a fidelidade” 
(Sl 37(36),3).

     Muitos buscam entorpecer o medo da fragilidade da vida nas drogas, no sexo, no controle de pessoas e situações, vivendo perigosamente, em toda espécie de fuga, alienação e fundamentalismo... Buscam fora o que está dentro (S. Agostinho). Buscam no poço seco quando há um rio de água viva que pode jorrar do seu interior (Jo 7,38). Só o amor do Pai, a salvação em Jesus, e o consolo do Espírito Santo, pode nos saciar e dar segurança nas águas turbulentas da vida.


 Senhor, Deus da vida, tenho saudades de ti. 
Meu ser se consome de nostalgia de vós, meu Deus. 
De ti saí, para ti voltarei. 
Enquanto vivo neste mundo sustenta-me com o teu amor. 
Dá-me a tua graça e a tua paz! 
Quero fazer vossa vontade e viver plenamente a vida que o Senhor me deu. 
Confiando no Senhor, vivendo na tua presença, posso ter, já neste mundo, o consolo e a alegria do céu. 
Viver já agora o que viverei em plenitude no céu,  
meu Senhor e meu Deus. 
Amém.