E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

domingo, 27 de abril de 2014

ESTAÇÕES DA VIDA

“Para tudo há um momento, há um tempo para cada coisa debaixo do céu” . (Ecle 3,1)

       Nas estações do ano a terra respira, descansa, renova, trabalha... assim também vivemos “estações” e nelas precisamos respeitar o ritmo do nosso corpo e da nossa alma. Há dias em que pareço uma criança, estou cheia de energia vital, é primavera/verão em mim. E há outros dias em que me sinto no inverno, preciso fazer como uma lagarta que entra no casulo para se transformar em borboleta. Nestes dias preciso dar tempo ao tempo, recolher-me e deixar-me cuidar por Deus, e cuidar de mim mesma. E há os dias tranquilos de outono quando tudo fica dourado, até a luz do sol tem um tom diferente.

    Graças a Deus por estes tempos – a atividade e as pausas, o fluxo e refluxo da vida. Tempo para o Senhor agir na minha fraqueza.Tempo de balanço: o que valeu a pena em minha vida? O que ainda vale a pena? O que preciso deixar, como a borboleta deixa o seu casulo? À que surpresas de Deus preciso me abrir. Que amizades cultivar? Que amizades deixar? Como orar no hoje da minha vida?
     
   Seja qual for o tempo que você está vivendo hoje, saiba que há uma sombra, um refrigério, sempre a nossa disposição. Encontramos este refrigério quando nos abrigamos no Senhor. Mas para entrarmos nesse lugar de repouso precisamos estar atentos à presença de Deus que nos cobre com sua sombra: 
“Tem compaixão de mim, ó Deus, tem compaixão, porque em ti me refugio e me abrigo à sombra das tuas asas, até que passe o perigo”.
(Sl 57(56),2).

  Experimentar, num dia de sol forte, encontrar uma árvore frondosa e poder descansar da caminhada no abrigo de sua sombra... Prestar atenção e permanecer, mesmo que seja por alguns minutos na presença do Amor que nos cura e renova. O Senhor está sempre disponível, basta prestar atenção a Ele.

Vinde Espírito Santo, mover-se em mim. 
Seja qual for o tempo que estou vivendo, renove minha vida. 
Ó Senhor meu Deus! 
Sou pequena, limitada... 
trago em mim um pouquinho dos dons e bens humanos. 
Só o Senhor é bom, só o Senhor é santo. 
O Senhor é aquele que é. 
Beleza suprema, 
bondade infinita, 
amor eterno. 
Magnífico Deus. 
Trindade Santa que eu adoro.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

NOSSA PÁSCOA - 2

Um rio de graça:
“Ele me fez voltar até a entrada do Templo, e eu vi água vertendo por debaixo da soleira do Templo em direção leste, pois a fachada do Templo estava voltada para o leste. A água corria do lado direito do Templo, ao sul do altar. (...) 
Quando o homem saiu em direção leste com uma corda de medir na mão, mediu quinhentos metros e me fez atravessar a água, que chegava até os tornozelos. 
Mediu outros quinhentos metros e me fez atravessar: a água chegava até os joelhos. 
Mediu mais quinhentos metros e me fez atravessar: a água chegava até à cintura. Mediu outros quinhentos metros, e era um rio que eu não podia atravessar. Porque as águas haviam crescido tanto que se tornaram um rio impossível de atravessar, a não ser a nado.” (Ez 47,1.3-5).

      A fonte prodigiosa do Templo é a água que jorrou do Coração de Jesus aberto pela lança (Jo 19,34). O corpo do Senhor é o Templo verdadeiro de onde jorra o rio de água viva. Na cruz o Senhor Jesus se entregou por amor ao Pai, para nossa salvação. Nos comunicou o seu Espírito, nos deu vida nova, nos reconciliou com o Pai (2Cor 5,20), e o Espírito Santo geme em nossos corações com gemidos inefáveis clamando: Abba, Pai (Rm 8,15).
        E o Espírito Santo nos convida a fazermos a experiência do Deus vivo que caminha conosco. Quando dóceis ao Espírito fazemos esta experiência, nossa vida, unida a Jesus Cristo morto e ressuscitado, se torna um mistério pascal.
 
      Pouco a pouco vamos entrando no rio do amor de Deus. Primeiro até os tornozelos... com coragem avançamos um pouco mais e chegamos até os joelhos... aí vemos que é bom e com confiança avançamos até a cintura... até chegarmos as profundezas... o rio que eu não posso atravessar com minhas forças... preciso abandonar-me e ser conduzida pelo Espírito Santo. E é o Espírito Santo mesmo que nos convida: Vem... deixe-se conduzir por mim.

     Quando nos entregamos assim nos braços amorosos do Senhor, encontramos a vida em plenitude. Nossa fome e sede de amor será saciada – o Pai providenciará tudo o que precisamos. E mesmo quando nossa vida se tornar um deserto, por um acontecimento difícil de suportar, haverá no meio do deserto uma fonte perene que é o amor e cuidado de Deus – a água viva do Coração de Jesus, a água viva do Espírito Santo.

“Deus é para nós refúgio e força, um auxílio sempre disponível na angústia.” (Sl 45(45),2)

     Mesmo na provação haverá frutos do Espírito, que servirão de remédio para nós e para as pessoas a nossa volta (cf.Ez 47,12). Esta é a beleza da vida em Cristo! Não importa o que você está passando, posso te garantir: vale a pena, meu irmão, minha irmã.

Senhor, quero ser inteiramente tua. Mais e mais... Leva-me contigo até às águas profundas, onde não dá mais pé. Onde só o teu Espírito poderá me conduzir, assumindo a direção da minha vida. Ó Vem Espírito Santo. Faz da minha vida uma Páscoa – passagem de Deus para o bem da Igreja e do mundo. Amém

sexta-feira, 4 de abril de 2014

FÉ E CONHECIMENTO

 “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito, de acordo com a maturidade da plenitude de Cristo” (Ef 4,13).

        Aos que se deixam tocar pelo Senhor, aos que nos quais o Pai reconhece traços do seu Filho, que são mansos nas mãos do Pai, Deus dá a sabedoria do Espírito Santo - o conhecimento da mente de Cristo. Toda a sabedoria e conhecimento pertencem a Cristo Jesus e Ele dá a conhecer a quem dele se aproxima, a quem quer ter a mente de Cristo, ser outro Cristo, se parecer com Ele, ser cristão. 
  

   Ter fé é crer em Jesus Cristo. É reconhecer minha fraqueza e subir a montanha da vida confiando naquele que prometeu, pois Ele é fiel. Fé e obediência são como duas irmãs que caminham juntas de mãos dadas. Minha fé não é verdadeira se não obedeço a vontade de Deus. E como sei que estou obedecendo a vontade de Deus? Obedecendo sua Lei (os mandamentos) e procurando crescer na vivencia das bem- aventuranças (Mt 5,1-12). 

Adoro-Te, ó tesouro de sabedoria, Cristo Jesus, meu Senhor.

       Muitas vezes na vida percorremos caminhos tortuosos, solitários, enganosos, confusos desolados, barulhentos... em busca da sabedoria, do rumo certo para nossa vida. Caminhos que pensávamos ser bom, mas não eram. Muita energia gastamos nesses caminhos e também muito sofrimento – a amarga experiência te tomar consciência da realidade do caminho enganoso.

      Precisamos reconhecer humildemente que temos tendência em enganar-nos no caminho e pedir ao Senhor que nos conduza no caminho certo: “Vê se estou no caminho funesto e conduze-me pelo caminho duradouro” (Sl 139(138),24).

        Podemos visualizar o caminho correto nesta imagem: de um lado deste caminho há flores, simbolizando a alegria da vida em Cristo, mesmo com tribulações. Do outro lado há um campo verde simbolizando a responsabilidade, a labuta diária. Precisamos crer e fazer. A certeza é que nunca estamos sós neste caminho: “Pois aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (Sl 91(90),11).

        Se o salmo diz que o Senhor me guarda em todos os meus caminhos é porque mesmo quando tomei o caminho enganoso, mesmo sem saber eu buscava a Deus e Ele me guardou e dirigiu os meus passos até encontrar o caminho reto.

     Senhor dá-me conhecimento da minha fraqueza e da fraqueza do meu próximo, pois todos somos pecadores. Jesus dá-me um coração semelhante ao vosso, um coração compassivo e misericordioso. Dá-me Senhor, a graça de me olhar e olhar o meu próximo com o teu olhar. Ó bondoso Senhor, dá-me compaixão por mim mesma e pelo meu próximo. Dá-me fidelidade e amor a vós, meu Deus. Dá-me coragem, fortaleza, inspiração para bem viver, em tudo te agradando. Põe meu coração no teu e teu Coração no meu, me unindo a vós, meu Senhor e meu Deus. Amém.