E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

sábado, 13 de junho de 2015

TRANSFORMAÇÃO INTERIOR

     No passado todas essas coisas valiam muito para mim, mas agora, por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo. Fl 3,7-8


     Através desse texto vemos que S. Paulo viveu uma profunda transformação em sua vida. A transformação é uma ação da graça de Deus em nós e acontece de dentro para fora. Às vezes fazemos um grande esforço para nos converter – deixar hábitos, vícios e pecados, que nos afastam de Deus e das pessoas, nos levam à morte espiritual e emocional, faz o corpo adoecer podendo causar a morte física e, pior, a morte eterna que é o afastamento definitivo de Deus.

   Mas a transformação não depende tanto do nosso esforço. É um abandono na graça e misericórdia do Senhor, no seu amor que nos cura, perdoa e salva. E nunca é demais dizer: é o amor de Deus que nos transforma. Só um encontro com Cristo pode nos levar à transformação e regeneração do nosso ser, como aconteceu com S. Paulo.
 Podemos nos perguntar: o que precisa ser transformado em mim pela graça de Deus?
Geralmente o que mais nos atrapalha é: o amor egoísta, a mágoa profunda, e a decepção.

     O amor egoísta é difícil de identificar porque se disfarça de muitas formas. Ele se resume em amar o outro buscando um benefício próprio, ou seja, buscando satisfazer nosso egoísmo. Amo o outro não pelo que ele é, mas pelo que ele pode me dar ou satisfazer. Todo amor humano é contaminado em maior ou menor grau pelo amor egoísta.

    A mágoa profunda é uma ferida antiga, que teve tempo de se aprofundar e sobre a qual foram feitas outras feridas. Sobre ela foi criada uma casca, até parece curada, mas continua corroendo o nosso interior. Para que ela seja curada precisamos deixar Jesus retirar a casca – e isto dói! –, limpar a ferida, lavá-la com o seu sangue e curá-la.

    A decepção acontece desde o momento do nascimento. Todos nós nascemos com a expectativa ou desejo de ser aceito e amado. E ao longo da vida a expectativa e decepção caminharão juntas, nos prejudicando sempre. Como nenhum ser humano vive totalmente sem expectativas, podemos diminuí-las, mas não nos livramos inteiramente delas. Por isto precisamos apresentá-las diariamente ao Senhor para que Ele as cure e transforme em acolhimento da realidade. Foi o que aconteceu com os discípulos de Emaús: Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que essas coisas aconteceram! (Lc 24,21). Apresentaram sua decepção ao Senhor, escutaram sua resposta e foram curados. Sua tristeza se transformou em alegria (Lc 24,32-33).

    Para sermos transformados precisamos retornar ao Senhor, abrir o coração para Ele, caminhando num processo de conversão. A Palavra de Deus tem o poder de nos curar e transformar.
Oremos com ela:

O Senhor Deus diz:
Vou curar o meu povo da sua infidelidade
e vou amá-los com todo o meu coração,
pois não estou mais irado com eles.
Serei como a chuva para Israel,
e ele dará flores, como os lírios.
As suas raízes serão profundas como as das árvores do Líbano.
Os seus galhos se estenderão, bonitos como os galhos das oliveiras
e perfumosos como os cedros do Líbano.
Mais uma vez, Israel viverá debaixo da minha proteção;
eles crescerão como o trigo, darão frutas como a parreira
e serão famosos como o vinho do Líbano.
O povo de Israel dirá: os ídolos não valem nada!
Sou eu, o Senhor Deus, que atendo as orações do meu povo;
sou eu que tomo conta deles.
Como um pinheiro verde eu lhes dou abrigo,
e de mim eles recebem todas as bênçãos.

Oséias 14,5-9