E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

domingo, 26 de dezembro de 2010

FINAL DE ANO

       É comum no final de ano fazermos um balanço da vida, contabilizar ganhos e perdas, ver o que não nos serve mais, tomar decisões de mudanças nem sempre realizadas. E ao fazer este balanço as vezes tendemos a ter um olhar negativo sobre nós e sobre a vida. Você já viveu a experiência de pensar que sua vida não tem valido a pena, e que o desânimo e a frustração torna seu dia infeliz? Você já se perguntou se o que te torna infeliz, preocupado, estressado, ansioso ou triste são coisas que vem do seu interior ou  coisas que vem de fora?
      Uma fonte de preocupação e tristeza vem do desejo de mudar a vida dos outros, que quase sempre pensam estar bem como estão e não sentem necessidade de mudança. Quando isso acontece você está gastando sua energia, ficando estressado com coisas que estão fora do seu alcance, pois não podemos mudar o outro. O que podemos fazer é entregar a situação nas mãos de Deus e confiar nele. Muito mais do que você Ele ama a pessoa e vai cuidar dela. A única pessoa que você pode mudar, com a ajuda de Deus, é você mesmo. Por isso não deixe de saborear a vida que Deus te deu. Você é infinitamente amado e cuidado por Deus.
“Como um pastor ele apascenta o seu rebanho, com o braço o reúne; carrega ao colo os cordeirinhos e conduz as ovelhas que amamentam”  (Is 40,11).
        Jesus é o Bom Pastor (Jo 10,11). Nesse final de ano apresente e oferte a Ele, com confiança, sua vida, suas ações, tudo que você é e possui. Apresente todo bem que você fez ou tentou fazer durante este ano, mas também seus erros e fracassos. Tudo isso faz parte de sua vida e precisa ser apresentado ao Senhor. Pode acontecer de você olhar para suas mãos e ver que está levando nelas para apresentar ao Senhor somente um punhado de terra fina como pó. Ao chegar diante de Jesus você tem vontade de por esta terra sobre sua cabeça, pensando, afinal, o que levo para Jesus? Pó? Mas Ele segura suas mãos e toma o seu pó; e, como Ele fez um dia, cospe na terra, faz um barro e do barro ele modela um coração, te curando profundamente (cf. Jo 9,6-7). E ouça Jesus dizendo a você:

Não jogue fora esse pó pois eu o recebo. Nele há os seus sonhos, os que foram realizados e os desfeitos. Nele há suor e lágrimas, suas e de muitas outras pessoas a quem você ajudou e pessoas que te ajudaram ao longo de sua vida. Nesse pó há pés feridos, cansaços, lutas, vitórias sobre o mal, derrotas... Nele há vida. Eu o tomo e o transformo com minha graça em uma oferta de amor. Desde sempre eu te amei; te amei por por ser você quem é. Nunca duvide do meu amor.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

JESUS É LUZ


       No Natal fazemos memória do acontecimento fundamental na história da humanidade: Jesus, a luz de Deus para nós, veio iluminar cada pessoa humana e a humanidade inteira. Ele veio ser um de nós, viver nossa vida e morrer nossa morte. Ao se fazer um de nós libertou-nos da escravidão do pecado, do jugo da morte. Nos fez passar das trevas para a luz: “Mas a todos que o receberam, aos que crêem em seu nome, deu o poder de se tornarem filhos de Deus”   (Jo 1, 12).

       Em sua Encarnação Jesus nos revela a compaixão e misericórdia do Pai pela humanidade sofredora. Ele esvaziou-se de si mesmo, desceu do céu para morar no meio dos homens cf. (Fl 2,6-7). Veio para buscar os filhos de Deus, seus irmãos perdidos (cf. Hb 2,10-13). Perdidos no pecado, na morte, no afastamento de Deus, no ódio, nas revoltas, nos enganos, nas falsas filosofias e falsas teologias, nas falsas doutrinas, nas doenças, na vida sem sentido... Veio na obediência para nos resgatar da adoração do homem a si mesmo e sua rebeldia contra Deus: “Não obedecerei”. Veio pequeno, frágil, humilde. Na sua fragilidade Ele quebra o jugo do forte; tira-nos a canga do pescoço e as correntes dos pés, libertando-nos da tristeza e desânimo.

       Quando caminhamos em sua direção saimos das trevas para a luz, a vida, a liberdade, vamos ao encontro do Senhor. Com Ele não precisamos temer nada, nem a solidão, nem os desafios e sofrimentos que a vida possa nos trazer. Ao nascer  num estábulo Jesus veio nos mostrar que é nos lugares menos provaveis que Deus se manifesta. Ele é a força em nossa fraqueza, a alegria em nossa tristeza, a vida em nossa morte.

       Se hoje você está sofrendo, se sua vida parece sem sentido, se ao fazer um balanço da vida parece que você contabiliza mais fracassos que sucessos, saiba que aí, exatamente onde você está, é que Jesus quer nascer trazendo graça e paz. Oremos juntos:


Vem Jesus menino, nascer em meu coração neste Natal. Ilumina com sua luz as áreas sombrias do meu ser. Purifica-me, santifica-me. Faz-me cada vez mais dócil ao Espírito Santo. Quero nascer para uma vida nova em tí Senhor. Vem Jesus Menino, curar minha criança carente do amor do Pai. Amém.













sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

“Jacó foi pai de José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus chamado Cristo”.  (Mt 1,16)
        O evangelista Mateus começa o Evangelho pela lista dos antepassados de Jesus. Com essa lista ele insere Jesus na história do povo de Deus mostrando que Ele é o Messias esperado, mas O insere também na humanidade através das mulheres estrangeiras que fazem parte desta lista. Olhando para os antepassados de Jesus vemos que são homens e mulheres comuns e de todos os tipos: Abraão, o pai da fé; Jacó que roubou a progenitura do irmão Esaú; Judá, que com os irmãos venderam o irmão José; a prostituta Raab; a estrangeira Rute; o rei Davi... Ao entrar na história humana Jesus veio nos redimir do mal passado de geração a geração, veio curar e santificar a humanidade.
      Também na história de cada um de nós há uma multidão de homens e mulheres que veio antes de nós, nos transmitiram seus gens, sua cultura, seu modo de ver a vida e nos fizeram ser quem somos. Entre eles houve pessoas santas, bondosas, honestas, fiéis a Deus, mas também pessoas cheias de maldades e vícios, orgulhosas, egoístas, adúlteras, ladrões e assassinos... Enfim, pessoas de todo tipo, raça e religião.
      Ter consciência disso deve nos fazer mais humildes, menos arrogantes, pois a vida não é nossa. Ela nos foi dada por Deus e nos transmitida pelos nossos pais – como pais podemos pensar na multidão que veio antes de nós, nossos antepassados.
Você pode rezar assim por sua família:
    Senhor Jesus, Filho do Deus vivo, que ao entrar na nossa história se fez igual a nós em tudo, menos no pecado. Como homem o Senhor viveu a nossa vida e morreu a nossa morte. Mas a morte foi derrotada, por sua ressurreição deste-nos a vida. Ao assumir assim a humanidade o Senhor a redimiu e santificou. Com toda confiança eu apresento ao Senhor a minha família, os meus antepassados e tudo o que foi transmitido por eles de geração a geração, e que tem poder sobre nós hoje. Cura, Senhor, o que precisa ser curado, perdoa os pecados e liberta-nos de todos os vícios.
Senhor Jesus, eu te consagro a minha família, e te peço que todos nós possamos caminhar à luz da tua face. Lava-nos com teu sangue redentor. Purifica-nos. Santifica-nos. Derrama sobre nós o Espírito Santo. Renove as graças do batismo. Que as águas curadoras do batismo lave nossas feridas e nos cure profundamente, dando-nos uma nova mente e um novo coração. Liberta-nos, Senhor, de toda escravidão e opressão do Maligno.  Amém.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ODRES NOVOS

“Ninguém costura retalho de pano novo em roupa velha; do contrário, o remendo novo puxa o tecido velho e o rasgão se torna maior. Ninguém põe vinho novo  em odres velhos. Do contrário, o vinho romperá os odres, levando a perder tanto o vinho como os odres. Mas, vinho novo se põe em odres novos” (Mc 2, 21-22).
       Meditando nesse texto do Evangelho respire fundo, e deixe o Espírito Santo fazer brotar em seu coração a alegria do vinho novo.O Senhor quer fazer de você um odre novo para conter o vinho novo. Mas, o que é necessário para fazer um odre novo? Primeiro a árvore é cortada, serrada em tábuas, forçada e presa por pregos para tomar o formato de um odre. Vemos que para fazer um odre novo é necessário o corte (a morte) da árvore, e uma ruptura da vida antiga, de tal forma que ao olharmos para a madeira não vemos mais a árvore, pois ao ser serrada ela tomou a forma de tábuas.
     Para o Espírito Santo fazer de nós odres novos é necessário que haja a morte do homem velho e uma ruptura com o estilo de vida antigo. Como toda morte e ruptura implica um sofrimento é comum o Senhor usar os sofrimentos para nos tornar odres novos. Pelos sofrimentos da vida vamos sendo moldados para ser um bom recipiente, um odre novo para conter o vinho novo do Espírito de Deus. O Senhor nos tomou como uma madeira bruta, mas percebeu que trabalhando esta madeira ela poderia ser transformada em um bom odre. Assim, Ele está trabalhando em nós e este processo pode durar a vida toda.
      Quando o vinhateiro enche um odre novo com um vinho novo, naquele odre está contida a promessa de um excelente vinho. É verdade que o vinho novo não é o melhor, mas quando o vinhateiro o produz coloca nele a alegria e a esperança de um dia abrir o odre e beber o seu melhor vinho. Da mesma forma o Senhor espera nossa docilidade; na verdade nada temos que fazer a não ser nos deixar transformar pelo Espírito Santo, para que um dia o Senhor possa tirar de nós seu melhor vinho.
 Vem, Espírito Santo, me transformar em um odre novo rompendo a mentalidade velha cristalizada em mim. Vem agir em mim do jeito que quiseres, para me purificar, me maturar, para que eu possa conter em plenitude o vinho novo, a novidade da vida em Cristo, e assim dar um excelente vinho para o Senhor e para os irmãos. Amém.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A PLENITUDE DOS TEMPOS

 “No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus” (Jo 1,1).     

        A Encarnação de Jesus é o ápice do projeto de salvação de Deus. Deus Pai preparou o nascimento de Jesus primeiramente escolhendo um povo, enviando os profetas, e preparando uma Mãe. Até a plenitude dos tempos, o momento certo para o Verbo Eterno se encarnar: “Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher e sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4,4).

        A plenitude dos tempos para Deus não é quando tudo está arrumado. Se olharmos para a história de Israel no tempo de Jesus vamos ver que talvez nunca o povo escolhido estivesse tão mal. Há muito tempo os profetas tinham se calado. As lideranças religiosas tinham transformado a Lei em 613 mandamentos e proibições de tal forma que quem não fosse um fariseu ou doutor da Lei não conseguiria cumpri-los. Politicamente Israel tinha deixado de existir como nação, era apenas uma obscura provincia romana. Tinha permanecido apenas um “resto fiel”,  os anawim – os pobres de Javé – os retos de coração, que punham sua confiança em Deus.

         Há um texto do livro da Sabedoria que fala do modo como nasceu Jesus:
“Enquanto um calmo silêncio envolvia todas as coisas e a noite chegava ao meio de seu curso, tua palavra onipotente, vinda do céu, de seu trono real, atirou-se, como guerreiro impiedoso, em meio à terra condenada ao extermínio” (Sb 18, 14-15).

      Jesus nasceu no silêncio da noite, quando ninguém, a exceção de alguns pastores e dos magos que observavam o céu, percebeu o que estava acontecendo. Deus age sem alarde, no silêncio. O Natal que comemoramos hoje não tem espaço para o silêncio, para a contemplação maravilhada do amor e da ternura de Deus Pai ao nos dar o seu Filho. Principalmente não acontece um silêncio dos desejos desordenados, da inquietude da vida, para nos entregarmos confiantemente nas mãos amorosas de Pai.

      A Palavra veio para a terra condenada ao extermínio, por causa do pecado, da inimizade com Deus. Veio, como nosso Redentor, para nos salvar do inimigo, do acusador. Mas Jesus não veio somente nos libertar do pecado. Ele veio também nos comunicar a vida divina, nos tornar filhos. Vejamos o que Paulo nos fala: “Porque sois filhos, Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: ‘Abba Pai!’ de maneira que já não és escravo, mas filho e, se filho, também herdeiro por Deus” (Gl 4, 6-7).

      Então, Jesus veio nos salvar e nos divinizar: “Foi para que nos tornássemos portadores de Espírito que o Filho se fez portador de carne” (Atanásio de Alexandria). Deus Pai busca ver em cada um de nós o rosto do Filho; a ação do Espírito Santo em nós consiste em nos fazer parecidos com Jesus, e por isso plenamente humanos. Hoje, é para nós a plenitude dos tempos, dia de cura, de libertação, de conversão e de derramamento do Espírito Santo.

Oremos: Senhor, nosso Deus e Pai, eu reconheço o quanto estou desfigurado e por isso longe do seu projeto original. Quero voltar para casa, para vós meu Deus.  Escutar sua voz me dizendo: “É o meu filho amado... minha filha amada”. Jesus, Bom Pastor, cura as feridas do pecado e do desamor que marcaram minha vida. Senhor, eu coloco em suas mãos o meu ser pequeno e frágil, trago ainda em mim tantas revoltas, incoerências, desejos de poder, carências, raivas... Busco o amor em tantos lugares, mas não o busco na fonte do amor que sois vós. Vinde, Espírito Santo, gerar Jesus em mim, formar em mim o rosto de Cristo, me dar vida em abundância. Amém.



domingo, 5 de dezembro de 2010

UM RIO SUBTERRÂNEO

           Se você tem sido assaltado pelo pensamento amargo de que está estagnado, lembre-se que provavelmente o Senhor não te vê assim. Permita que Ele te tome pela mão e te leve a ver que o seu crescimento espiritual e humano as vezes é semelhante a um rio que se torna subterrâneo. A imagem que me vem é de um belo rio que corria caudaloso e generoso sobre a terra. De repente, por qualquer motivo ou mesmo sem motivo, ele vai penetrando nas profundezas da terra, se tornando subterrâneo. Ele continua ali, e continua de alguma forma gerando vida, mas se tornou subterraneo. Quem está assim experimenta a angústia e o desejo de correr de novo sobre a terra, cantar entre as rochas, alegrar-se nas corredeiras, matar a sede e alegrar os olhos dos passantes. Você pode levar todos os sentimentos que você experimenta agora aos pés da cruz de Jesus.

 “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas e Maria Madalena. Vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: ‘Mulher, aí está o teu filho’. Depois disse para o discípulo: ‘Aí está a tua mãe’. E desde aquela hora o discípulo tomou-a sob seus cuidados”. (Jo 19,25-27.

        Jesus nos convida a viver com Maria e João. Temos muito o que aprender com eles: a mãe de Jesus e o discípulo amado. O que você pode aprender com eles? A viver na vontade de Deus, a ter alegria em fazer a vontade de Deus, porque você foi escolhido por Ele para a vida e o amor, porque você é muito amado. Maria, a cheia de graça (Lc 1,28), toda de Deus e por isso toda dos irmãos (Lc 1, 39), te convida a aprender com ela a se deixar amar por Deus e a amar, servir e perdoar os irmãos. João, o discípulo amado, que aprendeu na escola de Jesus Mestre, a fazer a vontade do Pai; que descobriu no coração de Jesus que Deus é amor, que amou os irmãos e nos ensinou a amá-los com obras e de verdade (1Jo 4, 7-21).

         Na cruz Jesus entregou o discípulo à mãe e a Mãe ao discípulo. Hoje, Ele pede a você que receba Maria e João em sua casa, em seu coração. Você pode imaginar como era a vida na casa em Éfeso. Certamente o assunto deles era Jesus e o Reino de Deus. Quanta consolação, quanta presença do Espírito Santo naquela casa! Certamente esse é o maior desejo de Deus: fazer morada em seu coração.

Oremos: Derrama, Senhor, sobre todos nós o dom do Espírito Santo. Que Ele nos dê docilidade para escutarmos sua voz na consolação ou na desolação. A percebermos sua ação em nossa vida, e o modo como o Senhor nos conduz mesmo quando o rio da nossa vida se torna subterrâneo. Vem, Espírito Santo, dá-nos sabedoria. Amém.

                                             Casa de Maria em Éfeso - Turquia

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

UMA COLUNA DE FERRO

Quanto a mim, faço de ti hoje uma cidade fortificada, uma coluna de ferro, uma muralha de bronze diante de todo país: diante dos reis e chefes de Judá, diante dos sacerdotes e do povo da terra. Eles lutarão contra ti, mas não ti vencerão, porque eu estou contigo para te proteger – oráculo do Senhor”.  (Jr 1,18-19)

          Meditando nessa palavra creia que, hoje, o Senhor diz isso para você. Seja qual for o desafio que você está vivendo é assim que ele te quer e é assim que ele te faz. Uma coluna de ferro firme no seu lugar. Firme diante dos acontecimentos da vida, firme no Senhor. Ele é a rocha onde esta coluna de ferro está fincada.

         Muito o inimigo tem te atacado. Atacado seus relacionamentos, seus sentimentos; ele te ataca pelas suas brechas, - os traumas de sua história, as fragilidades do seu temperamento e a inconstância de suas emoções.  Atacado com acusações e culpas, com desesperança e com medo. Te ataca ainda pelas perdas dolorosas, pelo desamparo da doença, pela solidão. Te acusa pelo pecado que você não consegue vencer. Todas as situações da sua vida que não foram apresentadas a Deus para serem curadas e perdoadas - quando não nos perdoamos e não perdoamos a quem nos ofendeu – se torna uma brecha para o ataque do Maligno.  Ele é o acusador (Ap 12,10), homicida e pai da mentira (Jo 8,44).

         Mas creia que é especialmente nestas situações que o Senhor te faz uma coluna de ferro, estável no seu lugar. Na sua família, na Igreja, no trabalho, enfim, em todas as situações de sua vida. Como Maria aos pés da cruz: de pé, no amor, na esperança e na confiança em Deus (Jo 19,25).
 




Oremos: Vinde, Espírito Santo! Com um raio de sua luz expulse as trevas do meu coração. Que a luz de Cristo penetre em todo meu ser. Que todas as áreas sombrias de minha alma seja iluminadas agora com a tua luz. Inunda o meu coração com a tua graça, o amor, a  força e  consolação do Senhor. Espírito Santo, cure-me integralmente e conduza a minha vida na vontade do Pai. Amém.

sábado, 27 de novembro de 2010

A SEDE DE DEUS

Meus amigos. Eu estou repetindo esta mensagem porque ela saiu com erros. Muito obrigada pela atenção.Um grande abraço. Deus os abençoe.


“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei para ver a face de Deus?”  (Sl 42(41) 3).

        O ser humano mesmo sem ter consciência sente saudades de Deus. Saudades de encontrar o amor verdadeiro, real, compassivo, bondoso, onde pode saciar sua sede de amar e ser amado. Estar sob o cajado do Bom Pastor que cuida e conduz. Longe dele você luta durante toda a vida com a baixa auto-estima, a inferioridade, a necessidade de provar algo ou de agradar a alguém. Muitas vezes se sente como se pesasse sobre você uma maldição ou condenação, uma voz que diz que você não é bom o suficiente para ser amado. Que você não merece usufruir os bens e dons de uma vida plena. Se você se sente assim acaba se relacionando com pessoas que confirmem isso.

        Você pode se ver muitas vezes como uma borboleta que quando chega a hora de sair do casulo sente medo da transformação que precisa passar para viver uma nova fase. Ela pode ter o desejo de permanecer no casulo. Mas se ficar lá dentro vai morrer. Essa pode ser a imagem da sua vida: sempre com medo e culpa. Hoje, o Senhor te chama à vida como te chamou desde o seio materno: “Teus olhos viam meu embrião, e em teu livro foram registrados todos os dia prefixados, antes que um só deles existisse”  (Sl 139(138),16). 
         
       Jesus te liberta para você ser verdadeiramente livre. Só ele pode te livrar de todos os perigos. Tenha consciência que durante todo o tempo você está lutando com perigos internos e externos. Vejamos alguns perigos externos: violência, acidentes, assaltos, calunia, injustiças, miséria, doenças, etc. E perigos internos: toda espécie de pecado, cólera, tristeza, ódio, ressentimento, egoísmo, desânimo,  orgulho, etc.
 - De qual perigo externo você mais tem medo?
 - Em qual perigo interno você corre mais o risco de cair?


Senhor Jesus, livrai-me de todos os perigos, mas sobretudo, livrai-me da morte eterna, do pecado, que pode me fazer perder a Deus para sempre. Que eu possa experimentar a cada momento sua presença amorosa e curadora. Mostra-me tua face, Senhor! Eu quero caminhar à luz da tua face. Faça do meu coração a tua casa, um sacrário onde habitas sempre com o Pai e o Espírito Santo. E contigo eu perceba que não combato só. Amém.



“Deixo-vos a paz, eu vos dou a minha paz. Eu vo-la dou não como o mundo a dá. Não fiqueis perturbados nem tenhais medo” (Jo 14,27).

CAMINHAR SOBRE AS ÁGUAS

     Encontramos no Evangelho a narrativa de uma situação vivida pelos discípulos de Jesus: Eles estavam sós no barco, era noite e o vento agitava as águas em grandes ondas. Quando Jesus foi ter com eles, pelas três da madrugada, caminhando sobre as águas, eles ficaram com medo pois não reconheceram Jesus. Mesmo Jesus se apresentado e lhes falando: “Coragem! Sou eu! Não tenhais medo!”, eles duvidavam.

     Vejamos o que diz o texto: “Tomando a palavra Pedro disse: ‘Senhor, se és tu, manda-me andar sobre as águas até junto de ti’. Ele disse: ‘Vem!’ Descendo do barco, Pedro caminhou sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, ao sentir a violência do vento, ficou com medo; começou a afundar e gritou: ‘Senhor, salva-me!’ No mesmo instante Jesus estendeu a mão e o segurou, dizendo: ‘Homem de pouca fé, por que duvidaste?’”  (Mt 14,28-31).

       Hoje, esse fato pode estar acontecendo em sua vida. Como fez com Pedro, Jesus estende a mão para você e o convida a sair do barco e caminhar sobre as águas com Ele. É noite, está escuro, o mar está agitado, o barco é pequeno. Mas Jesus não pede para você caminhar sobre as águas sozinho, com sua fraqueza, com sua pequena fé ou até mesmo sua falta de fé. Jesus o convida a caminhar com Ele na vida, a experimentar seu amor e salvação de uma forma mais profunda.

          Isto acontece quando você se deixa guiar pelo Espírito Santo, quando você escuta a voz de Deus em seu coração, e se dispõe a fazer coisas que humanamente você não faria. Quando, movido pela voz de Deus que diz: “Vem!”, você sai de si mesmo, rompe seus limites, vence o medo, se abre ao amor do Senhor e obedece à sua Palavra.
 
        O barco representa o seu projeto de vida – onde você pensa estar seguro-, os seus planos, o modo como você vê a vida, as pessoas, as coisas e o próprio Deus. Talvez em alguma fase da vida você já tenha feito a experiência de caminhar sobre as águas movido pelo chamado do Senhor, mas ficou com medo de afundar, não fez como Pedro que gritou por Jesus, mas voltou correndo para o barco. Mas, não há vida atrás. Quando ficamos olhando e nos fixando no passado, não confiando no Senhor mas em nosso projeto de vida, ficamos paralisados e perdemos a vida da graça, a salvação. Preste atenção no que nos fala a Palavra de Deus: “A mulher de Ló olhou para trás e virou estátua de sal” (Gn 19,26).



         Creia que o Senhor está com você, caminha com você todos os dias. E Jesus te convida a sair de si mesmo, do fechamento, do egoísmo, e caminhar com Ele sobre as águas da vida.
Eu me lembro agora de uma canção que diz: “Eu digo sim, sim, sim. Eu digo sim, Senhor. Eu digo sim, Senhor. Eu digo sim, sim, sim”.

CAMINHANDO NO DESERTO

“O Senhor os precedia, de dia, numa coluna de nuvens, para lhes mostrar o caminho; de noite, numa coluna de fogo para iluminar, a fim de que pudessem andar de dia e de noite” (Ex 13, 21).

       Se as vezes parece que você caminha pelo deserto o Senhor se apresenta a você hoje, como uma coluna de fogo que ilumina a noite da sua vida. Se ao olhar para traz você se vê como alguém que fez uma longa peregrinação, que caminhou por um longo caminho e ao caminhar foi deixando, foi perdendo, muitas coisas,  algumas verdadeiras e preciosas para você, mas outras eram jóias falsas que precisavam ser deixadas para trás. Se você se sente cansado ao chegar diante da coluna de fogo, o Senhor lhe diz que é preciso tocar nesse Fogo, deixar-se purificar, abrasar no seu amor e seu poder. Ser curado das feridas do pecado, das feridas da vida e dos falsos caminhos por onde os desejos desordenados do seu coração te levou. Endireitar os seus passos em direção a Jesus que é o único Caminho que conduz ao Pai.

       Ao tocar o Senhor você pode sentir primeiro o ardor do fogo que purifica  e muitas vezes é uma conversão que precisamos fazer. Depois você vai sentir o fogo do amor, doce, cálido, belo, bom. O Fogo consolador do Espírito Santo. Todo o seu ser é envolvido por esse Fogo. Cada célula do seu corpo é  agora tocada pelo amor e  poder de Deus. Por isso você pode pedir agora, com confiança, a cura que você precisa.


Oremos: Senhor Jesus, dá-me a graça de uma conversão mais profunda, a graça de corresponder ao seu amor. O desejo de fazer tua vontade sobre todas as coisas. A graça de experimentar que o Pai me ama como sou, e diante dele não preciso me explicar nem esconder; não preciso fazer nada para ser amado, aceito. Basta ser como sou, viver a partir desta verdade, calar e receber o seu amor que me transforma e me cura. Abbá Pai, amor sem medida, dia sem ocaso, meu Pai. Amém.

domingo, 21 de novembro de 2010

A ALEGRIA DA SALVAÇÃO

     “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não morra mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3, 16-17).

      Pelo pecado fomos separados de Deus, incapazes de voltar a Ele por nossas próprias forças. Escravos do pecado necessitávamos de um Salvador. O Pai em sua infinita misericórdia tanto nos amou que entregou seu próprio Filho para nos salvar.

      Vamos orar contemplando essa história de salvação. Deixe vir à sua imaginação a imagem de um mercado de escravos. Você é uma criança escrava que foi levada para ser vendida. Quanto você é apresentado no leilão o Rei Jesus se apresenta para te comprar. Mas o seu preço é muito alto e para te resgatar Ele precisava ficar como escravo em seu lugar. Ele não hesita, dá sua própria vida em resgate pela sua.

      Eu me lembro de um texto na Bíblia, em 2Sm 5,1, quando as tribos de Israel foram se apresentar a Davi o reconhecendo como rei, disseram: “Nós somos teu osso e tua carne”.

       Quando Jesus se apresentou para pagar o preço pelos nossos pecados foi Ele que tomou a iniciativa, não fomos nós que nos apresentamos. Ao fazer isso Ele fez, de mim e de você, alguém de sua família. Não foi você que se apresentou dizendo: “Sou teu osso e tua carne”. Foi Ele que ao dar a vida por você disse: “Você é meu osso e minha carne. Alguém da minha família”. Diante de tanto amor como poderei retribuir a “Deus Pai que vos tornou capazes de participar da herança dos santos na luz” ? (Cl 1,12).
       
         Encontramos a resposta no Salmo 116, 12-13: “Como poderei retribuir ao Senhor por todos os benefícios para comigo? Elevarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor”. Na missa oferecemos ao Pai a oferenda perfeita: seu Filho, que deu sua vida por nós. O Pai nos deu seu Filho, nós o oferecemos ao Pai. Mas quando  oferecemos Jesus ao Pai nós também nos oferecemos junto com Ele. Esta é a oferenda que o Pai deseja: a sua vida, “com Cristo, por Cristo e em Cristo”.


Oremos:  Espírito Santo, dá-me um coração profundamente agradecido a Deus pelo seu amor que se revelou plenamente ao nos doar o seu Filho. Espírito Amigo, dá-me desejo de Deus, atraí o meu coração para Deus. Transforme o meu coração, que ele deixe de ser um coração de escravo e se torne um coração de filho amado. Amém.

domingo, 7 de novembro de 2010

A CORRIDA DA VIDA

“Não sabeis que os que correm na estádio correm todos, mas só um recebe o prêmio? Correi, pois, de modo que o conquisteis” (1Cor 9, 24).
       Hoje, eu te convido a olhar para sua vida nessa dimensão da corrida. Feche os  olhos por um instante e imagine uma pista de corrida, e se veja correndo por ela. Qual a fase da vida que você está vivendo? Dependendo da idade que você tem você vai se ver em uma etapa da corrida – início, meio, ou já quase chegando à meta. Mas, não importa em que fase você está, conforme avançamos rumo à meta, rumo ao prêmio, vamos deixando para trás muitas coisas. Coisas boas e coisas ruins. Cada coisa que deixamos é uma morte que vivenciamos.
        Todos nós nascemos belos e bons, mas vamos crescendo e perdendo a beleza e bondade que Deus nos deu ao nos criar. Assim vivemos nossos primeiros anos, tempo de brincadeiras e tantas descobertas; depois chega o tempo em que vamos para a escola; rapidamente muda a fase da vida e entramos na adolescência, tempo em que nossa identidade é formada; a seguir o tempo da juventude, dos namoros, do discernimento da vocação - como estado de vida e profissão. Nesse tempo achamos que tudo é possível, que a vida é um tesouro que não se esgota. Ah, a inconsequência da juventude!
      Mas a corrida não para... temos que ir em frente! Para muitos vem o casamento,  a criação dos filhos, tempo que exige aprendizado, dedicação e maior doação. Depois os filhos vão crescendo e saindo de casa, descobrindo a propria vida. Muitos pais sofrem mais do que é necessário quando vêem a casa vazia. Não entendem que a corrida da vida continua. Muitas vezes eles buscam se realizar na vida dos filhos ou cuidando dos netos. Outros desejam que os filhos vivam os seus sonhos. Outra fonte de preocupação é a aposentadoria, quando as pessoas não sabem fazer mais nada além do trabalho profissional.
        Seja qual for a fase que você estiver vivendo saiba que o importante é não parar, pois o prêmio está à nossa frente e não atrás. Abrir o coração para Deus agir, morrer tantas mortes, ir se desapegando do que passou. Aceitar a finitude da vida, aceitar que tudo passa, aceitar morrer e com renovado ardor, abrir-se para o novo, para o que Deus tem reservado para nós. Morrer para algumas coisas, mas nascer para outras. Mergulhar profundamente no mistério da vida humana. Tendo os olhos fixos no prêmio, na coroa, na medalha de ouro que reberemos do Senhor se perseverarmos na corrida. O desejo de Deus é que você vença a corrida, ganhe a coroa da salvação.

       Seja qual for a fase da vida que você estiver vivendo só uma pergunta você precisa responder para Deus e para você mesmo: Você é uma pessoa que ama e, por amor, gera vida onde você vive?

“Quem ama a sua vida vai perdê-la; mas quem não se apega à vida neste mundo vai guardá-la para a vida eterna” (Jo 12,25).


         Senhor Jesus, una meu coração ao teu, para que eu não tenha medo de nada. Desejo experimentar a proteção e a segurança que só o Senhor pode me dar. Eu sei, pela fé, que o Senhor deseja que eu esteja cada vez mais perto de vós. Eu sei que sou amado por vós e por isto eu peço: dá-me um coração que ama. Vem, Espirito Santo. Conduza-me pelo caminho da vida com passos firmes, pois certa é a vitória. Amém.


        
           





quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MESMO NA SOLIDÃO

“E o Senhor Deus o expulsou do jardim de Éden, a fim de cultivar o solo de que fora tirado”  (Gn 3, 23).
     Ao ser expulso do paraíso por causa do pecado, da desobediência, o ser humano perdeu sua comunhão com Deus, fonte da vida e amor, tendo que lutar com suas próprias forças num mundo que se tornou hostil. Desde então a solidão entrou em seu coração. As vezes custamos a tomar consciência dela numa vida cheia de pessoas e realizações. Para outros ela chega no inicio da vida, numa doença em que a criança precisa ficar internada por longo tempo; num abandono ou morte do pai ou da mãe.
      Muitos fazem de tudo para fugir da solidão. Buscam as drogas, o sexo como fuga, para preencher o vazio e carência, uns se envolvem com más companhias, outros não conseguem fazer silêncio, só se sentem bem num ambiente barulhento. Assim vivemos, fugindo da solidão até que a vida nos leve a uma situação solitária da qual não conseguimos fugir. Todos nós vamos ficar sós em alguma fase da vida.

      Não adianta fugir pois cada um de nós precisa “cultivar o solo da própria vida”. Só quando assumirmos nossa vida com suas dores e alegrias, luz e sombra, é que poderemos viver plenamente e sermos libertos do medo da solidão. Jesus nos convida a nos unirmos a Ele que também foi abandonado e experimentou solidão, permitindo que Ele nos cure.

   Você pode orar assim: Te apresento Senhor todas as formas de solidão que já experimentei na vida. Entra agora Jesus neste lugar escuro, solitário. Desejo experimentar a segurança e o amor de sua presença curadora. Sei que o Senhor está comigo, jamais me abandona. Por isso eu nunca estarei só. Obrigada Jesus. Amém.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O CAMINHO DOS JUSTOS

“Pois o Senhor conhece o caminho dos justos” (Sl 1,6).
      O livro dos Salmos começa nos apresentado dois caminhos por onde podemos seguir: o caminho de quem obedece a lei do Senhor, e o caminho dos ímpios, da pessoa que não tem fé e que rejeita essa lei. Mas o texto começa dizendo que que há uma diferença muito grande entre quem escolhe o seguimento do Senhor e quem vai por outro caminho.
       Vejamos: Quem segue o caminho do Senhor é feliz, sua vida é fecunda, é como árvore plantada à beira da água, o que ele faz dá fruto – sempre que eu medito nesse versículo eu me lembro de um pé de jabuticaba na casa de um dos meus irmãos que foi plantado à beira dágua e dá fruto mesmo fora do tempo –, e o olhar amoroso do Senhor está sempre sobre ele.
      E o caminho dos ímpios? Para ilustrá-lo imagine que você fez uma plantação, mas não veio a chuva, nada brotou ou se brotou definhou por falta dágua. Ou imagine que você está juntando um monte de folhas secas, e quando já estão todas juntas vem o vento e as espalham. O que você sente quando imagina essas situações? Um sentimento que certamente vem é a frustração!
       Jesus conhece sua vida, seu peregrinar, suas lutas, idas e vindas, suas necessidades, suas angústias. Toda a sua realidade está diante dele. Conhece porque viveu como verdadeiro homem, igual a nós em tudo exceto no pecado. Você pode seguir os passos de Jesus porque ele trilhou o caminho da vida humana antes de você: "Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos" (Hb 5,8).
      Se você aceita caminhar com Ele sua vida tem sentido, tem significado, Ele conduzirá o fio de sua existência, segundo a vontade de Deus. Mas para o Senhor conduzir sua vida você precisa buscar a presença dele: “É tua face que eu procuro, Senhor” (Sl 27(26), 8). Na presença de Deus nenhum instante da sua vida será sem sentido, Ele o conduzirá segundo o seu querer, rumo a vida eterna. E no final da sua vida você poderá dizer como Jesus e com Jesus: “Tudo está consumado” (Jo 19,30). De uma coisa você pode ter certeza: nesse caminho você nunca estará só.
   

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A ORAÇÃO COMO ENCONTRO

       Como está sua vida de oração? Você costuma rezar todos os dias? Alimenta sua alma diariamente com a Palavra de Deus?
       A oração para mim é um encontro com aquele que eu sei que me ama. Quando vou orar diariamente tenho a certeza que o Senhor me espera e me recebe com um abraço de amor. É este abraço, este encontro de amor que me dá o sustento necessário para a vida. Diante do amor de Deus eu posso me ver como realmente sou porque Ele me aceita como como sou e como estou. Nesse abraço amoroso tomo consciência de como sou frágil,  e como minha alma, minha vida, é ferida. Por isto necessito do amor de Deus.
      Eu te convido e desafio a fazer a experiência de orar todos os dias. Para começar é bom você marcar um encontro com o Senhor, sempre na mesma hora e lugar. Isso te ajudará a criar um ritmo e a sintonizar sua alma com Deus. Ao começar a orar pode ser difícil se deparar com sua fragilidade. As vezes o medo pode te dominar, e você pode achar difícil confiar em Deus, confiar que você é amado e aceito. Mas acima e além do medo você pode experimentar a força que vem do Espírito Santo e a graça para viver, na fé e na esperança, o momento atual.
      Na oração o Senhor renova a força vital que Ele mesmo te deu ao soprar sobre você e te dar a vida. O sopro vital de Deus que te sustentou e sustenta nos momentos mais difíceis da sua vida. É a voz do Pai que te diz: “Vive!” (Ez 16,6). É a voz do Pai no mais íntimo do seu ser que te leva a escolher a vida mesmo nos momentos mais confusos e desintegradores. Faça a experiência de se ver como um bebê nas mãos amorosas do Pai. Ouça o Senhor falando para você palavras bondosas; deixe que o seu amor renove e cure cada célula do seu corpo.
        Creia, este é um tempo novo!  O Senhor Jesus renova a sua vida.  Mesmo que você se sinta árido, no deserto de sua vida brotará uma fonte. Uma fonte que jorra do Coração de Jesus aberto pela lança. Você não é mais como ontem. O Senhor vai te reconstruindo e renovando a cada dia. Por isso não tenha medo! Apenas procure ter os ouvidos atentos à voz daquele que te ama e quer conduzir a sua vida por um caminho seguro.

domingo, 24 de outubro de 2010

TEMPO... TEMPO...

        Hoje vamos refletir sobre o tempo. Não o tempo meteorológico, se vai chover ou fazer sol, frio ou calor, mas o tempo da vida, o tempo que o Senhor nos dá para viver.
       Como você lida com o tempo? O passar do tempo te inquieta? Lamenta o tempo que passou? Tem medo do tempo futuro?
      Confesso a vocês que minha maior dificuldade com o tempo é ordenar o meu dia, dar conta de fazer todas as minhas atividades e compromissos.
      Quando pensamos em tempo percebemos que vivemos em duas formas de tempo. O tempo cronológico, quer dizer que nossa vida tem um começo, meio e fim. Esse  tempo passa rapidamente e, apesar dos nossos esforços,  nada podemos fazer para detê-lo. Esse tempo se reflete também nas etapas da vida, cada fase da vida traz consigo suas coisas próprias. Quando queimamos etapas na vida temos a sensação de que algo nos foi roubado, porque não vivemos o que era próprio do tempo. E as vezes não queremos viver as coisas próprias da fase que estamos vivendo, queremos fazer voltar o tempo e acabamos vivendo uma ilusão. O importante é viver bem cada fase da vida: “Quando era criança, falava como criança, raciocinava como criança; mas quando me tornei homem abandonei as coisas de criança” (1Cor 13,11).
      Mas há um outro tempo: o Kairós. O tempo da salvação, que não calculamos e contamos, o tempo que é de Deus. Nos é dado como presente e foi inaugurado com a vinda de Jesus. Deus entrou na história humana trazendo consigo o tempo da graça. São Paulo nos fala desse tempo: “...No tempo propício eu te escutei e no dia da salvação eu te ajudei. Este é o tempo propício, hoje é o dia da salvação” (2Cor 6,2). A palavra de Deus nos lembra que Deus está e age no presente. Ele mesmo nos diz: “Eu sou aquele que sou” (Ex 3,14). Deus não está no ontem nem no amanhã, Ele é o senhor do tempo, e para Deus só existe o presente. Hoje, Ele nos oferece vida, salvação e perdão.
Vamos refletir: Eu vivo mais no passado, no presente ou no futuro?
      As vezes gastamos nossas forças com lembranças do passado, ficamos presos ao passado. Isso nos traz tristeza, saudade, melancolia, podendo mesmo nos levar à depressão. Ou vivemos no futuro, pensando sempre e até nos preocupando exageradamente com algo que não aconteceu e provavelmente nunca acontecerá, o que gera em nós ansiedade. O que nos aconteceu no passado, bom ou ruim, está na misericórdia de Deus pois não podemos mudar o passado. Ao pensarmos no futuro façamos um exercício de confiança em Deus, pois ele cuida de nós e nos dará tudo o que for necessário. Tenhamos os olhos fixos no Senhor pois tudo passa, só Deus permanecerá.
“Para tudo há um momento, há um tempo para cada coisa debaixo do céu. Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar a planta. Tempo de matar e tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir. Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de gemer e tempo de dançar. Tempo de atirar pedras e tempo de ajuntá-las. Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora. Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz”  (Ecl 3,1-8).