E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

domingo, 25 de novembro de 2012

DESEJO E SACRIFÍCIO



     “Portanto, irmãos, eu vos exorto, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Este é o vosso culto espiritual” (Rm 12,1).

      O culto espiritual que o Senhor deseja é fazermos sua vontade. Esta é a santidade de vida que como cristãos somos chamados a viver. Mas muitos se perguntam qual é a vontade de Deus. A Palavra nos diz que a vontade dele não está longe de nós (cf. Dt 30,11-14). Quando desejamos fazer a vontade de Deus geralmente pensamos em um projeto de vida. Este projeto de vida, este sonho, pode ser o desejo de uma consagração na vida religiosa, mas para a maior parte das pessoas é algo que nos parece natural como um casamento no qual se deseja a felicidade e crescimento do outro e não a busca egoísta da própria felicidade, ou realizar-se numa profissão na qual podemos testemunhar no mundo, ser sal, fermento e luz, fazendo o bem.

      Mas geralmente não pensamos que quando Deus olha e se agrada do nosso sonho e assume nosso sonho, nosso projeto, como sendo dele, entramos no sacrifício profundo de todo nosso ser, pois fazer a vontade de Deus sempre implica um sacrifício. É verdade que experimentamos a paz profunda que o mundo não pode dar, sentimos a realização como pessoa, mas vivemos em sacrifício. Quando isto acontece mesmo o projeto, o sonho que nos parecia tão atraente e desejado pode perder o gosto porque ele está sendo purificado para ser do agrado de Deus e se tornar não apenas um projeto nosso, feito do nosso jeito, mas um projeto de Deus.

      Diante do sacrifício podemos fazer duas coisas: aceitar o jugo da vontade de Deus, passar sob o cajado do Pastor ou reclamar, não aceitar o sacrifício da vontade própria, pensar que se enganou e desistir. A escolha é nossa, é na liberdade de filhos que devemos responder a Deus. Nosso sim precisa ser livre. Sabendo que o sacrifício aceito nos une ao Coração misericordioso de Jesus e nos leva a um grau de intimidade e de pertença a Deus nunca imaginado. Quando aceitamos a realização da vontade de Deus em nossa vida o Pai se alegra, pois encontra em nós a semelhança do seu Filho. E faz, com aqueles que aceitam ser sacrifício, uma aliança eterna de amor e misericórdia.

“Eu vos farei passar sob o cajado do pastor e vos farei entrar no vínculo da aliança” (Ez 20,37).
      Vínculo é algo que permanece. O vínculo entre nós e Deus foi feito no batismo e é vivenciado plenamente quando nos submetemos à vontade do Pai.

Se você deseja fazer a vontade de Deus peçamos juntos essa graça.

Vem Espírito Santo, gerar em mim um coração de filha, um coração semelhante ao coração de Jesus, dócil à vontade do Pai. 
Purifica os meus desejos, sonhos e projetos. 
Dá-me a graça de oferecer-me em sacrifício, sacrificando os meus ídolos, os desejos e motivações desordenadas e egoístas do meu coração, para realizar em minha vida o sonho, o desejo de Deus, para mim. 
Amém.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O TEMOR DE DEUS



     “O temor do Senhor é glória e honra, é alegria e coroa de júbilo. O temor do Senhor alegra o coração, dá alegria, regozijo e vida longa. O temor do Senhor é um dom que dele vem e que se encontra nas veredas do amor”.  (Eclo 1,11-12).

       Fazemos a experiência do temor do Senhor quando nos damos conta de estarmos diante do Deus Santo, diante do qual tiramos nosso calçado, dobramos os joelhos, inclinamos a cabeça e nos rendemos. Mas esta rendição é uma rendição de amor porque Deus é amor. Quando ajoelhamos diante dele obedecemos a uma força que vem do nosso espírito rendido.

       Nos rendemos porque Ele é grande, Ele é santo, Ele é amor. E quando reconhecemos isto somos envolvidos pela onda de amor que dele vem. Neste momento vivemos a experiência de um peixe na água: a água é a vida para o peixe, ele se move na água, existe na água, se ela faltar ele morre. Assim devemos viver em Deus, como disse S. Paulo: “É nele que vivemos, nos movemos e existimos” (At 17,28).

O temor do Senhor: das trevas para a luz.
       Foi o amor de Deus que nos deu a vida e sustenta a vida em nós. Nós fomos criados por Deus para a felicidade; o temor de Senhor nos faz retornar à felicidade querida por Deus desde o princípio. O que um ser humano mais deseja é ser feliz, mas fora do temor do Senhor ficamos confusos, nos perdemos e confundimos prazer com felicidade. E a busca do prazer muitas vezes nos arruina e nos leva à morte.

       Deus é amor, Deus é felicidade. Quanto mais me aproximo de Deus e me deixo envolver por seu amor, mais encontro a felicidade. Pelo pecado a desordem entrou na natureza  humana, mas quando nos voltamos para o Senhor Ele vai nos regenerando e reeducando para a sabedoria de viver, a saúde, o equilíbrio, a felicidade. Isto é nascer de novo, ser nova criatura em Cristo Jesus, que “faz novas todas as coisas” (Ap 21,5).

 “Cantai a Deus um cântico novo, pois ele fez maravilhas” (Sl 98(97),1).

     Senhor, eis-me aqui. Quero cantar este cântico novo. Ponha este cântico em minha vida, minha boca e em meu coração. Este cântico é um cântico de paz, vida e alegria. Um cântico messianico que anuncia a vinda do Senhor Jesus. Como filhos de Deus nos levantamos em meio as dificuldades deste mundo como sinal de esperança, alegria e paz. Deus está conosco. Amém. Aleluia!