“Portanto,
irmãos, eu vos exorto, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais os vossos
corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Este é o vosso culto
espiritual” (Rm 12,1).
O culto espiritual que o Senhor deseja é
fazermos sua vontade. Esta é a santidade de vida que como cristãos somos
chamados a viver. Mas muitos se perguntam qual é a vontade de Deus. A Palavra
nos diz que a vontade dele não está longe de nós (cf. Dt 30,11-14). Quando
desejamos fazer a vontade de Deus geralmente pensamos em um projeto de vida.
Este projeto de vida, este sonho, pode ser o desejo de uma consagração na vida
religiosa, mas para a maior parte das pessoas é algo que nos parece natural
como um casamento no qual se deseja a felicidade e crescimento do outro e não a
busca egoísta da própria felicidade, ou realizar-se numa profissão na qual
podemos testemunhar no mundo, ser sal, fermento e luz, fazendo o bem.
Mas geralmente não pensamos que quando
Deus olha e se agrada do nosso sonho e assume nosso sonho, nosso projeto, como
sendo dele, entramos no sacrifício profundo de todo nosso ser, pois fazer a
vontade de Deus sempre implica um sacrifício. É verdade que experimentamos a
paz profunda que o mundo não pode dar, sentimos a realização como pessoa, mas
vivemos em sacrifício. Quando isto acontece mesmo o projeto, o sonho que nos
parecia tão atraente e desejado pode perder o gosto porque ele está sendo
purificado para ser do agrado de Deus e se tornar não apenas um projeto nosso,
feito do nosso jeito, mas um projeto de Deus.
Diante do sacrifício podemos fazer duas
coisas: aceitar o jugo da vontade de Deus, passar sob o cajado do Pastor ou
reclamar, não aceitar o sacrifício da vontade própria, pensar que se enganou e
desistir. A escolha é nossa, é na liberdade de filhos que devemos responder a
Deus. Nosso sim precisa ser livre. Sabendo que o sacrifício aceito nos une ao
Coração misericordioso de Jesus e nos leva a um grau de intimidade e de
pertença a Deus nunca imaginado. Quando aceitamos a realização da vontade de
Deus em nossa vida o Pai se alegra, pois encontra em nós a semelhança do seu
Filho. E faz, com aqueles que aceitam ser sacrifício, uma aliança eterna de
amor e misericórdia.
“Eu
vos farei passar sob o cajado do pastor e vos farei entrar no vínculo da
aliança” (Ez 20,37).
Vínculo é algo que permanece. O vínculo
entre nós e Deus foi feito no batismo e é vivenciado plenamente quando nos
submetemos à vontade do Pai.
Se você deseja fazer a
vontade de Deus peçamos juntos essa graça.
Vem Espírito Santo, gerar em mim um coração de
filha, um coração semelhante ao coração de Jesus, dócil à vontade do Pai.
Purifica os meus desejos, sonhos e projetos.
Dá-me a graça de oferecer-me em
sacrifício, sacrificando os meus ídolos, os desejos e motivações desordenadas e
egoístas do meu coração, para realizar em minha vida o sonho, o desejo de Deus,
para mim.
Amém.