E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SOLIDÃO E PAZ


Caminhar através da solidão para a paz...

    
 Do ponto de vista natural o ser humano é um ser solitário. Qual é o grande drama da vida do ser humano senão uma luta constante com a solidão? Durante toda a vida procuramos nos rodear de pessoas e coisas para fugir da solidão. Até o sucesso é muitas vezes medido se tenho muitos amigos, se sou uma pessoa querida, aceita ou não. Mas nos momentos mais importantes da vida estamos sós. Estamos sós ao nascer – perplexos diante da vida que se abre a nós, sem sabermos o que ela nos trará. Estamos sós nas grandes decisões da vida... Por mais que eu procure me aconselhar com alguém ou ter pessoas ao meu lado me ajudando, eu terei que viver com as consequências da minha decisão.

Estamos sós... E quanto mais vivemos mais só vamos ficando, uns mais cedo outros mais tarde. E não importa quantos filhos ou quantos amigos temos, eles têm sua própria vida e lutas. Ninguém adoecerá comigo ou morrerá comigo.  Lembro-me de um bebezinho filho de uma família amiga que luta pela vida. Por mais que a família o ame é uma luta solitária pela vida que ele trava. Nós só podemos rezar e pedindo ao Senhor que ele seja vitorioso na luta.

 Também Jesus no caminho de sua vida foi ficando cada vez mais só. Ele estava só quando decidiu se afastar da família e ir para o Templo (Lc 2,41-52). Estava só quando saiu de Nazaré para anunciar o Reino de Deus. Quando foi tentado no deserto (Lc 4,1-13). Quando falava e não era compreendido nem pelos mais próximos (Mc 8,31-33). Estava só no Getsêmani e na Cruz. Mas Ele nos dá a resposta para a solidão: “Mas eu não estou sozinho, porque o Pai está comigo” (Jo 16,32).

 A solidão entrou no coração humano pelo pecado, a ruptura com Deus:
“Quando ouviram o ruído do Senhor Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde, o homem e a mulher esconderam-se do Senhor Deus no meio das árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem e perguntou: ‘Onde estás?’ E este respondeu: ‘Ouvi teus passos no jardim, Fiquei com medo porque estava nu, e me escondi’” (Gn 3,8-10). 

A solidão só tem sentido quando procuramos retornar à intimidade, à comunhão com Deus e para o combate espiritual. Na solidão o Senhor põe os meus pés em campo aberto onde posso caminhar livremente e encontrar a paz.


Senhor eu preciso de vós como do ar que respiro. 
Como posso viver longe de sua face? 
Sua presença é vida para mim, se a retiras eu volto ao pó. 
Tudo o que tenho eu recebi de vós: a vida, o amor, o sustento, a saúde, a misericórdia, o perdão... 
Um minuto na tua presença vale mais que anos longe de vós. 
Por isto eu peço: Vem Espírito Santo fazer morada em meu coração e curar-me da solidão. 
Ó Senhor que dá a vida, doce hospede da alma, Espírito de Deus, vem! 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

UM LUGAR DE PAZ

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva”  (Jo 7,38).

     Você pode estar vivendo uma situação em que não percebe esta fonte da vida. Parece que a luz se apagou e que resta apenas angústia, medo, solidão, desânimo, mas, creia, o Senhor reina soberano sobre tudo isto. E orando você pode fazer a experiência de descer ao profundo do seu ser, ao templo onde Deus habita e perceber que há um local dentro de você onde há vida e paz, onde você é curado, onde não entra a tristeza, depressão e dor. De lá, junto com Jesus, você pode ver seu coração ferido, mas da ferida brota uma fonte de água. Unida às chagas de Cristo a ferida de dor se transforma em ferida de amor. A fonte de amor brota de seu coração ferido. A fonte pode brotar porque há uma fenda em seu coração.

     Muitas vezes o cansaço e o esgotamento acontece porque há em nós muita rigidez. Queremos controlar tudo e isto nos esgota. Queremos ver todas as coisas e até pessoas a nossa volta, arrumadas, prontas, e nos decepcionamos, pois nada acontece.

      É do Cristo flagelado, coroado de espinhos, crucificado, morto por nossos pecados, que vem a força em todas as nossas dores. Ele não permaneceu na morte. Ressuscitou. Venceu a morte com a vida. O Cristo sofredor não é derrotado. É vitorioso. Na Cruz de Jesus Cristo manifestou-se a glória de Deus que: “Tanto amou o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

   Mesmo que os dias sejam de deserto, que aconteça uma seca prolongada, no meu interior esta fonte nunca cessará de jorrar. Ela vem do Espírito de Deus. Ela jorra em abundancia, nela posso matar a minha sede e ainda repartir sua água com os que estão próximos.

Senhor, eu estou aqui na tua presença e te agradeço, pois em vós encontro compaixão, abrigo e misericórdia. 
O Senhor é o meu consolo na melancolia, na depressão. 
E o Senhor me toma pela mão e me leva através da depressão ao meu ser profundo, onde o Senhor habita, onde sou amada, curada pelo seu amor, onde há paz e alegria. 
Ali brota a fonte da vida e o Senhor me toca e reanima a minha vida.
Obrigada Senhor.


 “Bondade e amor certamente me acompanharão todos os dias de minha vida”  (Sl 23(22),6).