E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

domingo, 28 de dezembro de 2014

VIVER NO AMOR


    “Não tenhas medo, pois eu te resgatei, chamei-te pelo nome, tu és meu! Se tiveres que passar pela água, estarei ao teu lado, se tiveres que varar rios, eles não te submergirão. Se andares pelo fogo, não serás chamuscado, e as labaredas  não te queimarão” (Is 43,1-2).

       Quando atendemos as pessoas no ministério de cura interior percebemos que uma das coisas mais difíceis para o ser humano é acreditar plenamente que é amado por Deus. De tal forma fomos marcados por alguma espécie de rejeição que não acreditamos que o Senhor possa nos amar como somos e como estamos. Para fugir do amor de Deus colocamos uma máscara e usamos as mais variadas formas de desculpas – geralmente colocamos a culpa em Deus, na Igreja, na nossa família e em nós mesmos.

         Na vida passamos por muitas coisas, mas, se confiamos no Senhor, ele nos socorre em todas as dificuldades. E quando nos aquietamos sob sua mão  amorosa, quando permitimos que ele cuide de nós, sentimos, com a experiência do seu amor e cuidado, mais alegria do que com todos os bens da terra. A presença de Deus nos alegra o coração.

     Você é o amado, a amada de Deus. Não tenhas medo. Na sua vida há o amor tão grande, tão forte, que abarca tudo, que vai muito além do que você pode imaginar. Deus te ama. E se você permitir e acreditar nesse amor, esta realidade é suficiente para curar as feridas do abandono e as carências que o desamor causou em sua alma. Deus Pai/Mãe jamais te abandonará. Ele caminha com você e te dá força e proteção necessárias para passar pelo fogo dos sofrimentos e pelas águas da impotência. O Senhor te assiste em todos os perigo.

“Permitiste que homens cavalgassem sobre nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas tu nos trouxeste à abundancia”. 
(Sl 66(65),12).

     Mesmo que os dias sejam de deserto, que aconteça uma seca prolongada em sua vida creia que no seu interior esta fonte nunca cessará de jorrar. Ela vem do Espírito de Deus. Dela vem água suficiente para matar a sua sede e você ainda pode repartir essa água com os que se aproximarem. Humildemente reconheça que seu coração é ferido, mas da ferida brota uma fonte de água. No encontro com o Senhor Jesus, a ferida de dor se transforma em ferida de amor. A ferida curada por Ele se torna uma fenda no coração por onde brota a água do Espírito, água que é balsamo para você e para os que estão próximos.

Oremos com confiança:

     Senhor Jesus Cristo, estou aqui na tua presença e te agradeço, pois em vós encontro compaixão, abrigo, misericórdia. Renuncio a toda forma de autodefesa ao seu amor. Reconheço que o Senhor é o meu consolo em todas as situações – no desamor, doenças, depressão, tristeza, desamparo, solidão, fracassos, cansaços, desesperança...  O Senhor me leva a atravessar o vale profundo da sombra da morte e chegar ao mais intimo do meu ser, meu templo interior onde o Senhor habita, onde sou amada e curada, onde há consolação, paz e alegria; onde jorra a fonte perene da vida. Que brilhe, Senhor, a vossa luz diante dos seres humanos, especialmente os que me são caros. Assim seja. Amém.

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7,38).

“O mais importante é deixar que o Senhor me encontre e me acaricie com carinho” . (Papa Francisco)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

VINDE! VINDE!

   “Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos instrua em seus caminhos e caminhemos em suas veredas” (Is 2,3). 
     
    Amados, como uma criança que descobriu algo muito bom, chamemos uns aos outros: Venha, venha! É o próprio Senhor que nos convida pela voz do profeta: Vinde.  Convida para quê? Para deixar antigos hábitos, antigo modo de ver a vida, deixar os caminhos já batidos pelos nossos pés... caminhos por onde já nos cansamos de passar e neles não há mais novidade de vida. Caminhos que nos cansam e nos amarram em suas teias. Deixar o costume antigo - que até nos ajudou por um tempo – como se deixa uma roupa velha que, de tanto ser usada, já tomou a forma do nosso corpo.

      O Senhor nos convida a olharmos para o alto e começar ou recomeçar a subir o monte. Mas atenção, não é qualquer monte, mas o monte do Senhor. Dele receberemos uma veste nova – a renovação das graças do batismo. Percebemos que há alegria nesse convite, se o coração estiver aberto. Vamos a um lugar definido: à casa do Senhor. Com um objetivo claro: ser instruído e caminhar à luz do Senhor.

         Por mais auto-ditada que a pessoa seja ninguém se instrui de fato sozinho. É na comunidade dos discípulos de Jesus que seremos instruídos. Hoje em dia muitos querem viver a fé cristã sem Igreja, sem a participação em uma comunidade de fé. Mas devemos ter sempre presente que Jesus fundou uma Igreja (cf. Mt 16,18) – formou uma comunidade com os doze apóstolos e os formou durante três anos. Se Ele desejasse um culto solitário Ele mesmo poderia ser um solitário, como João Batista. Podemos perceber também que o convite é feito no plural: subamos, nos instrua, caminhemos.
   
    Aceitar esse convite requer de nós um coração aberto, humilde e desapegado. Nos apegamos facilmente a muitas coisas, mesmo sabendo que não são boas para nós, que só nos causam sofrimento. Coragem! Se aceitamos o convite o Senhor nos dá a mão para subirmos. Se aceitarmos o convite o Espírito Santo encherá nosso coração de alegria e luz: “Vinde, casa de Jacó, caminhemos à luz do Senhor” (Is 2,5). 
A luz simboliza vida e alegria. Muito mais a luz de Deus iluminará as áreas mais escuras e escondidas do nosso ser se aceitarmos o convite do Senhor para estarmos mais perto dele. Vinde!

Vem Senhor Jesus. 
Vem curar a cegueira, revolta, medo, mágoa e ressentimento. 
Curar o sentimento de não ter sido desejado, de não ter sido amado, que amarga a nossa vida. 
Queremos deixar tudo isto como uma roupa velha ao pé do monte e subir para uma vida nova de amor e paz. 
Restituí-nos a alegria da salvação, a alegria de viver. 
Dá-nos fraternidade, esperança, fé e amor. 
Que a luz do teu Espírito expulse as trevas do nosso coração. 
Amém.