E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

OLHAR O CÉU

     Os céus narram a glória de Deus e o firmamento proclama a obra de suas mãos (Sl 19/18,12).

      Em seus últimos anos de vida santo Inácio de Loyola tinha o costume de subir ao terraço de sua casa em Roma e contemplar o céu estrelado. Contemplando as estrelas ele sentia muita consolação e grande desejo de servir a Jesus Cristo, Nosso Senhor. O céu estrelado levava Inácio de Loyola a contemplar a glória de Deus e lhe aumentava o desejo de anunciar Jesus Cristo.

     Que significado o céu estrelado, o sol, a lua, as nuvens, a chuva... enfim, os elementos da natureza podem ter para nós, homens e mulheres, do século XXI? Será que, na agitação que nos envolve e nos cansa, a nossa mente agitada ainda se lembra de olhar para o céu? Geralmente o que nos domina é o medo e a preocupação exagerada. A inquietação da mente gera – e muitas vezes não percebemos - cansaço e raiva. Cansaço, pois parece que não daremos conta de tantas solicitações, e que trabalhamos em vão. Raiva, porque nos vemos impotentes diante das más notícias do mundo. Por outro lado quem ainda, mesmo buscando, consegue ver o céu estrelado? As luzes da cidade há muito esconderam as estrelas.

Olhar o céu...    

Os céus narram a glória de Deus. Atesta-nos que há um Criador, que nos criou por amor, e não abandonará jamais sua criação. A cura para nós e para o mundo está na confiança no amor e misericórdia do Pai, que nos entregou o seu Filho único para nossa salvação, e nos deu o Espírito Santo, como filhos amados. 

Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não morra mas tenha a vida eterna (Jo 3,16).

    Olhando para o céu somos convidados a alçar voo no sonho de Deus para nós. Nos libertar das garras do desespero, da solidão e do medo, e ouvir o Senhor dizendo: “És meu filho, minha filha amada. Eu cuido de você”.

    Olhar o céu... ficar em silêncio... contemplar a marcha dos astros... lembrar que o ser humano pode ferir a natureza, mas não a dominará jamais.  Desapegar-nos da força do mal, da tristeza, angústia e desesperança, e recebermos a consolação do Espírito Santo. Respirar o ar puro da graça, viver uma vida sobrenatural neste mundo.

 Sim Senhor! 
Eu digo sim ao seu amor e misericórdia. 
Leve-me a voar nas asas dos teus sonhos. 
Liberta-me da opressão do mal, que me abate e  quer me convencer de que não sou digna do seu amor. 
O Senhor me perdoa, me cura e me ama com amor eterno. 
Amém.

domingo, 17 de janeiro de 2016

SONDA-ME, Ó DEUS

    Porque a palavra de Deus é viva, eficaz e, mais cortante do que uma espada de dois gumes. Penetra até dividir a alma e o espírito as juntas e a medula. É capaz de julgar os pensamentos e intenções do coração (Hb 4,12).

      Duas belas realidades são colocadas lado a lado nesse versículo da Bíblia: A ação de Deus pela sua palavra, e o ser humano, a quem Deus fala. Refletindo sobre o ser humano podemos nos perguntar: Quem se conhece realmente? Quem conhece verdadeiramente outro ser humano? Quem pode medir sua alma? Como saber sua largura, profundidade e comprimento? Como saber verdadeiramente se está saudável ou doente? Quem é capaz de sondar as profundezas do ser humano?

      A resposta a todas estas perguntas é uma só: Deus. Só Deus conhece verdadeiramente o ser humano por Ele criado com amor. Nós muitas vezes nos esforçamos, até arriscamos a dizer como está nossa alma, mas na verdade  sabemos muito pouco. O que pensamos estar bem pode estar mal... Deus não usa os nossos critérios para medir: Pois os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, e os vossos caminhos não são os meus caminhos – oráculo do Senhor (Is 55,8).

     O que podemos ver dentro de nós? Talvez um tanto de abertura para Deus e as pessoas...  muitas cicatrizes das feridas da vida... desejo de paz, de justiça... feridas abertas, que ainda não foram curadas – algumas inflamadas... desejo de ir ao encontro, de festejar, de fazer o bem... desejo de ficar em silêncio, de contemplar a beleza... desejo de amar e ser amada. Mas podemos ver também raiva, mágoa, ressentimento, falta de perdão, desejo de vingança, orgulho, vaidade, arrogância, egoísmo... Luz e trevas, joio e trigo, estão plantados juntos dentro de nós.

     Podemos perceber que ainda há camadas e camadas do nosso ser que não vemos claramente... mas Deus vê. Estas zonas, obscuras para mim, estão cheias da misericórdia, do perdão e da graça de Deus: Exulta, alegra-te filha de Sião, porque eu venho para morar no meio de ti – oráculo do Senhor (Zc 2,14).

     O Senhor ti ama com amor eterno. O seu amor é suave; desce como um óleo finíssimo sobre as feridas do corpo, da alma e do espírito. Alivia as dores, cura o que está inflamado, unta as cicatrizes, desce até o mais profundo do ser. E se espalha como chuva benfazeja sobre a terra árida. Só o amor de Deus pode nos curar assim, tão profundamente.

    O fogo dos acontecimentos da vida passa sobre nós e nos arrasa. O amor de Deus vem sobre nós e nos cura, nos dá vida nova. Não importa o quanto pecamos ou fomos feridos, não há nada impossível para Deus, nada que o Senhor não possa perdoar e curar.
                      
    O Amor veio até nós na pessoa de Jesus de Nazaré, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele fez-se igual a nós em tudo, menos no pecado (Hb 4,15). Veio para nos salvar. Nos amou com o amor do Pai, no Espírito Santo. Diante dele todo joelho se dobra. Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai (Fl 2,10-11).

Meu Senhor e  meu Deus, 
eu preciso de vós como do ar que respiro. 
Como viver longe da tua face? 
Tua presença é vida, se a retiras, volto ao pó. 
Um minuto na tua presença vale mais que anos longe de vós. 
O Senhor me sustenta com seu amor e misericórdia. 
Por isto peço: Vem, Espírito Santo! 
Vem, ó Senhor que dá a vida, doce hospede da alma, vem fazer morada em meu coração. 
Vem me curar e dar uma vida nova em Cristo Jesus. 
Amém.