E o deserto florescerá!

E o deserto florescerá!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O CAMINHO ESTREITO



“Mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, voam nas alturas como as águias. Correm e não se fadigam, caminham e não se cansam” (Is 40,31).

         Todos nós ao olharmos para trás, certamente veremos que já passamos por caminhos pedregosos, estreitos, difíceis, perigosos... e que em muitos momentos só superamos algumas situações porque a amorosa mão do Senhor nos sustentou.

        Jesus diz àqueles que o querem seguir que o caminho é estreito (Mt 7,14), que sobe uma montanha, mas é um caminho seguro, pois o Senhor mesmo é o Caminho (Jo 14,6). Ele sempre nos anima a  prosseguir na subida, a não desanimar apesar do cansaço e do sol quente, do frio, dos ventos e da chuva. Ele renova as nossas forças e quando é necessário nos carrega no colo ou nos manda um cirineu nos ajudar a carregar a cruz (Mt 27,32).

       Este caminho é o caminho da vida que preciso fazer só, porque ninguém pode fazer por mim. Mas não é um caminho solitário, pois nele encontro pessoas que estão fazendo o seu próprio caminho e ao cruzarem comigo me animam. Neste encontro eu as ajudo e elas me ajudam a fazer seu próprio caminho. Além disso o Senhor nos proporciona pausas restauradoras. Essas pausas restauradoras podem ser o nascimento de uma criança na família, uma viagem, o encontro com alguém querido que há muito não víamos, o sentimento de voltar para casa, para sua terra, para a família... Para você o que é uma pausa restauradora? Você identifica pausas restauradoras em sua vida? Agradeçamos ao Senhor por elas. São presentes.

        As vezes o caminho fica mais difícil por causa do apego. Temos o hábito de colocar num grande saco todas as coisas que nos aconteceram. Colocamos as coisas boas porque gostariamos que fossem eternas. Colocamos também as coisas ruins que nos aconteceram conservando no coração a mágoa, ressentimento, raiva, a injustiça sofrida... E todos os dias abrimos esse saco e ficamos olhando o que tem dentro. Caminhamos pela vida arrastando este saco. Imagine-se caminhando por um caminho estreito que sobe e desce, que tem vários obstáculos como pedras e árvores, puxando este saco. Já imaginou? É assim o caminho da vida se o coração estiver apegado. Precisamos cortar o saco pois ele dá dor nas costas, calos nas mãos, sobrecarga nos joelhos...

Oremos juntos

       Senhor Jesus, livra-nos dos apegos. Livra-nos do sentimento de culpa, da angústia, melancolia... pelo que nos aconteceu no passado. Te entrego , Senhor, o apego ao fardo da minha vida.  Dá-me forças para cortar a corda que me prende a este fardo. Quero ser livre para voar nas alturas, nas asas do Espírito Santo. Senhor, recebo com o coração agradecido, teu amor, teu perdão, a cura das feridas, dos traumas e pecados. Dá-me a tua graça. Ela é o fardo leve que quero carregar todos os dias da minha vida. Amém

sábado, 16 de junho de 2012

O SUSTENTO DE DEUS



“Pois assim fala o Senhor Deus de Israel: A farinha do pote não acabará e o azeite do jarro não diminuirá, até o dia em que o Senhor mandar chuva sobre a terra”  (1Rs17,14).

      Naquele tempo houve uma grande seca sobre a terra. Aquela era uma região rural e quem vive no campo conhece os efeitos de uma seca prolongada. Toda a forma de vida vai definhando (as plantas, os animais e as pessoas). Nesta situação Deus manda o profeta Elias buscar ajuda para sobreviver à seca. Mas Deus sempre age de forma inesperada pois seus pensamentos não são os nossos (cf. Is 55,9). Assim, o Senhor não manda Elias buscar ajuda junto do seu povo, mas o envia a uma mulher estrangeira, viuva e pobre, que nada tinha para o seu sustento e o sustento de seu filho.

     Quando Deus entrou na vida daquela mulher sua esperança estava no fim e ela se preparava para fazer a última refeição e esperar a morte junto com seu filho – para você compreender melhor leia: 1Rs 17,8-16. Quem é mãe, viuva, pobre, quem já passou por dificuldades na vida pode imaginar o que ia na alma daquela mulher...

      Mas, quando parecia não haver mais esperança, Deus se manifesta através de Elias. E se manifesta de uma forma incompreensível aos nossos olhos. O Senhor, através do profeta, pede a ela tudo o que lhe restava: que faça um pão, não para ela e o filho mas para Elias. O Senhor lhe pede uma prova de absoluta confiança. Olhando para essa mulher podemos perceber que, apesar de todo sofrimento e perdas que aconteceram em sua vida, ela tinha o coração aberto para Deus e para os irmãos, e por isto ela agradou a Deus.

        Quando Elias lhe pede água e pão ela lhe conta sua situação com palavras simples, sem reclamação, murmuração ou revolta. Na pessoa da viuva temos o exemplo de uma pessoa que sofre e sua reação ao sofrimento. Amados, o sofrimento faz parte da vida de todos nós. O faz a diferença é nossa atidude diante do sofrimento: podemos fechar o coração, cultivar tristeza, amargura, ódio, revolta... ou podemos nos abrir e, no sofrimento, deixar que o Senhor nos transfigure. Passar pelo sofrimento como aprendizado, abrindo o coração para o consolo e a força de Deus, crescendo como pessoa. A viúva de Sarepta era estrangeira, pobre, desamparada, mas aberta para Deus. Por isto Deus pode agir na vida dela e de seu filho: “A farinha do pote não acabou e o azeite do jarro não diminuiu, como o Senhor tinha falado por intermédio de Elias” (1Rs 17,16).

    Se você esta vivendo uma situação semelhante, se algo em sua vida parece não ter solução confie no Senhor. Se no seu casamento, na vida de seus filhos, no trabalho, na solidão, na doença... parece que só resta um punhado de farinha e um pouco de azeite, não temas! Abra o seu coração pois está conosco alguém que é muito maior que Elias: o Senhor Jesus Cristo. Preste atenção à sua voz, não permita que o sofrimento endureça o seu coração. Ele nos fala em sua Palavra, fala através dos irmãos, fala na oração, nos consola e nos sacia na eucarístia: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Se alguém comer deste pão viverá para sempre. E o pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo” (Jo 6, 5).

  Hoje eu não vou escrever uma oração. Fale com Jesus, abra seu coração para Ele. Fale com palavras simples e com toda confiança sobre a realidade da sua vida, como fez a viúva. Ele está sempre conosco: “Eis que estou convosco, todos os dias, até o fim do mundo”  (Mt 28,20).

quinta-feira, 7 de junho de 2012

NASCER DE NOVO


“Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus’”  (Jo 3,3).

      Jesus nos fala que precisamos nascer de novo para sermos pessoas do reino. Quer dizer nascer pelo Espírito para Deus Pai. O processo de nascer de novo começa quando fazemos uma experiência, temos um encontro, com Cristo ressuscitado. E em Jesus experimentamos que somos filhos amados. É verdade, somos filhos de Deus, mas não temos ainda pensamentos, sentimentos e atitudes de filhos de Deus. Por isto precisamos nascer de novo.

     As atitudes do homem/mulher velhos – pecados, preconceitos, conceitos, cultura, modo de viver – estão inscritos profundamente em nós. Podemos mesmo dizer que estão em nosso DNA. Então, para nascermos de novo, Jesus nos dá o seu Espírito, o Espírito do Filho que clama em nós: “Abba, Pai” (Rm 8,15). A missão do Espírito Santo é trocar nosso coração de pedra por um coração de carne – quer dizer: um coração de filho (cf. Ez 36,26).

       Isso não é tarefa fácil! Envolve dor e sofrimento. O Espírito Santo geme em nós em sua ação de trocar nosso coração – desejando alargar o nosso coração para que haja nele espaço para Deus (cf. Rm 8, 26). E nós gememos com o Espírito e por causa da ação do Espírito. Porque a mudança, a transformação, a passagem de homens e mulheres naturais para espirituais – quer dizer: deixar de ver a vida com os olhos da carne e passar a ver com olhos sobrenaturais, conduzidos pelo Espírito de Jesus - implica dor. Nascer dói. Não lembramos do nosso nascimento, mas podemos imaginar que para uma criança, assim como para a mãe, o nascimento é difícil e doloroso, e geralmente marca toda nossa vida.

  Assim também o nascimento para Cristo, e por Cristo ao Pai, implica sofrimento, conversão, incompreensões, perseguições, mas da mesma forma que nos alegramos com o nascimento de uma criança, nascer de novo nos traz uma grande alegria - a alegria fruto do Espírito (cf. Gl 5,22).  Podemos nos entregar com confiança e sem medo à condução do Espírito Santo, pois Deus é fiel: “Sei em quem pus minha confiança...” (2Tm 1,12).

Oremos juntos:

Vinde Espírito Santo.
Vinde nos fazer nascer de novo. 
Precisamos nascer de novo porque os limites desta vida antiga são estreitos demais. 
Alargue, ó Espírito Santo, o meu coração. 
Dá-me um coração semelhante ao de Jesus. 
Um coração que anseia, que clama, pela comunhão com o Pai: Abba Pai.
Para isto transforme as áreas mais profundas do meu ser, principalmente aquelas endurecidas pela impiedade, resistentes à ação de Deus.
Liberta-me da escravidão do homem/mulher velho. 
Faz-me nascer de novo. 
Encha o meu coração do amor e da paz que só a comunhão com o Pai e a força do Ressuscitado pode me dar. 
Vinde, Espírito Santo.