E o deserto florescerá!

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sábado, 14 de maio de 2016

CORAGEM E FRUSTRAÇÃO

Nós esperávamos que fosse ele quem iria libertar Israel. Agora, porém, além de tudo, já se passaram três dias desde que essas coisas aconteceram (Lc 24,21).

       O relato do encontro de Jesus com os discípulos da Emaús é cheio de significado. Podemos refletir sobre ele de muitas formas e vê-lo de diferentes perspectivas. O mais importante é, seja qual for nosso ponto de vista, chegar sempre a esta verdade: O Senhor ressuscitado caminha conosco mesmo quando não o reconhecemos.

      Hoje escolhi este versículo para refletir sobre o texto do ponto de vista da tristeza e frustração dos discípulos. Tristeza e frustração tão presentes no mundo em convulsão em que vivemos, e percebemos que as pessoas e especialmente os jovens não estão preparados para vivenciar suas frustrações. A propaganda dos meios de comunicação e a sociedade de consumo sem cessar nos passam a mensagem de que não podemos sofrer frustrações. Identificam frustração com infelicidade.

       No tempo dos nossos antepassados as pessoas sabiam vivenciar melhor que a vida é cheia de frustrações – as realizações e até mesmo a felicidade passa por frustrações. Hoje em dia percebemos duas atitudes diante das frustrações: a revolta, e a fuga. As duas geram tristeza ao ser humano.

  Na revolta a atitude é: se não tenho eu tomo, agrido, invado, não assumo responsabilidade e ponho a culpa no outro. Em resumo reajo com violência diante das frustrações. A outra atitude é: se não me agrada eu fujo. A fuga pode nos levar à imaturidade, vícios, tristeza, derrota e depressão. Quando reagimos de uma ou outra forma ficamos presos num circulo vicioso – novo casamento, novo emprego, novo lugar, novo carro, nova religião, etc. E o alívio só dura até a próxima frustração.

Qual é o remédio? 
O remédio é a coragem. Coragem para assumir sua história de vida. História muitas vezes marcada pela dor, fracasso, abandono, rejeição, insegurança, abusos, vícios... Assumir que na nossa história há luz e sombra, envolvendo muitas vezes um processo doloroso.
    

  É no contexto da nossa vida que precisamos abrir o coração, a mente e os olhos, para perceber que o Senhor Jesus caminha conosco como caminhou com os discípulos de Emaús. A eles Jesus explicou as Escritura e reacendeu a chama da fé. Conosco talvez Ele precise falar sobre a nossa vida... a fraqueza das pessoas, as consequências de nossas escolhas, e curar nossas feridas. 

       A cura passa pelo perdão. Perdoar a vida pelo que ela nos trouxe, perdoar as pessoas pelo que nos fizeram, perdoar a nós mesmos pelas escolhas erradas. Às vezes precisamos perdoar a Deus, pelo que Ele permitiu que nos acontecesse, e por parecer que nos deixou sozinhos no sofrimento ou nos pediu algo além das nossas forças – Em nome de Cristo vos pedimos: deixai-vos reconciliar com Deus! (2Cor 5,20). Reconciliando-nos com Deus, com os outros e conosco mesmo, nosso coração se abrirá mais plenamente para o dom do Espírito Santo.

Vem Espírito Santo! Dá-me o dom da fortaleza. Liberta-me da raiva, covardia e reclamação.  Renuncio à rigidez e dureza de coração. Quero apenas me entregar, me render a sua divina misericórdia, e receber do Senhor um coração misericordioso. Jesus, eu entrego a minha vida em tuas mãos e permito que o Senhor cuide de mim. Quero viver uma vida nova com alegria, paz e esperança. Amém.

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