“Tu és meu refúgio, tu me livras da angústia e me envolves em cânticos de libertação” (Sl 32(31),7).
A angústia é um estado de espírito que todo ser humano conhece. Todos nós – uns mais, outros menos – experimentamos a angústia em alguma fase da vida. Penso que a angústia entrou no coração humano quando, por causa do pecado, fomos expulsos do paraíso. Deus é o bom, o belo, a fonte da vida, da alegria, do amor; Deus é nossa segurança. Fomos criados por Ele e para Ele. Quando o ser humano foi expulso do paraíso perdeu a amizade, a intimidade com Deus. E a angústia por ter perdido o bem maior se instalou no coração humano.
Esta angústia se manifesta de muitas formas – por exemplo: na tristeza, ansiedade, preocupação exagerada, agitação... e pode nos levar à depressão. As vezes buscamos fugir da angústia pelos excessos – alcool, drogas, sexo, fumo, comida, diversão, trabalho... Tudo o que fazemos de forma exagerada revela uma forma de fugir da angústia. Percebemos a angústia dentro e fora de nós. Dentro ela muitas vezes se manifesta como falta de alguém ou alguma coisa – um desejo não realizado, um projeto de vida que fracassou, um sonho que não se realizou, um trabalho no qual não temos retorno - e em toda forma de frustração. As vezes uma pessoa mais sensível pode assumir para si, por amor, a angústia da família.
A angústia fora de nós se manifesta nas más notícias, na insegurança que nos traz essas más notícias, na violência, na corrupção, nas guerras, nos desastres naturais, etc.
A boa notícia é que Jesus anulou o título da dívida que havia contra nós. Ele entrou na história humana e viveu nossas angústias. Ele é o amigo sempre presente, e por Ele temos de novo acesso à intimidade com Deus. Ele perdoa nossos pecados, cura nossas feridas e dá um sentido novo à nossa angústia. Ele nos toma pela mão e nos leva, através da angústia, para uma vida mais plena. Quem foi apascentado, pastoreado, curado, lavado no Sangue do Cordeiro, recebe o Espírito Santo e se torna família de Jesus. Na vida de quem se deixou amar por Deus não há limites para a graça divina. Lhe são abertos os tesouros do céu e lhe são dados a sabedoria e o conhecimento da mente de Cristo.
“Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).
Jesus, Bom Pastor, vem nos apascentar em nossas angústias. Ó Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, lava-nos no teu sangue, cura as nossas feridas, dá-nos o teu Espírito e com Ele a intimidade com o Pai. Renova, Senhor, em nós a graça do batismo, a experiência de sermos filhos de Deus. Amém
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