“Pois quem é o maior, quem está sentado à
mesa ou quem serve? Não é quem está sentado à mesa? Pois eu estou no meio de
vós como quem serve”. (Lc 22,27).
Somos da família de Deus, Ele nos criou
à sua imagem e semelhança, colocou em nós uma centelha divina, e o projeto dele
é que nos identifiquemos com Jesus - ter os pensamentos, sentimentos, o olhar
de Jesus sobre as pessoas, as coisas, a vida e o mundo: “Mas nós temos o pensamento de Cristo” (1Cor 2,16). Deus nos fez
pouco menos que os anjos (Sl 8,6), mas o poder para Deus é amar e servir. Jesus
veio como aquele que serve. Seguir Jesus é viver para amar e
servir.
Mas o amar e servir precisa ser
purificado em nós. Muitas vezes amamos e servimos de forma compulsiva, a partir
de feridas interiores, e desta forma nosso amor e serviço acaba sendo, de forma
disfarçada, uma busca de poder, de dominação, de satisfazer nossa necessidade
de amor, aceitação, atenção e desejo de controle. Quando agimos assim não
damos espaço para que Deus troque a nossa mente e coração, e nos converta
verdadeiramente, mesmo participando assiduamente na Igreja. E quando isso
acontece na verdade não sigo a Jesus, mas ao meu eu.
Às vezes é um ideal que nos escraviza. O
ideal é uma coisa boa pois nos aponta para algo que ainda não somos mas podemos
vir a ser ou um bom projeto a ser realizado. Mas corremos o risco de fazermos
do ideal um ídolo. Muitas vezes encontramos pessoas dispostas a tudo sacrificar
pelo seu ideal. Colocam o ideal como um ídolo que governa sua vida, e este
ídolo toma o lugar de Jesus. Jesus deixa de ser o Senhor dessa pessoa, o senhor
é o ideal. E como geralmente esse ideal é uma coisa boa a pessoa fica sem
discernimento, pensa estar fazendo a vontade de Deus, mas na verdade é escrava
do ideal.
Faço as coisas de modo compulsivo quando
não presto atenção à motivação mais profunda que me move. Quando não paro,
sento aos pés do Mestre, e não apresento a Ele um projeto que tenho ou algo que
desejo fazer. Quando ajo de modo compulsivo no fundo busco a minha própria
glória e não a glória de Deus. Preciso prestar atenção e discernir as
motivações do meu coração. E se acontecer de, mesmo tendo apresentado a Deus o
meu projeto, descobrir depois que me enganei, ter humildade de voltar atrás e retomar
o caminho mesmo deixando coisas que se tornaram importantes para mim.
Vamos
orar:
Senhor Jesus, eu te apresento o meu eu doente e
frágil que está sempre em busca de poder, aceitação, reconhecimento, amor. Te
apresento, Senhor, todos os mecanismos que a minha mente usa para obter isto.
Apressa-te Senhor em socorrer-me. Liberta-me do medo que me faz buscar controle
como forma de segurança. Tu és meu Senhor. Aquele que tem resposta para para
minhas dúvidas, questionamentos, inquietações e frustrações.
Senhor, não me
deixe errar o alvo, me enganar no caminho. Conduza-me no teu Espírito. Cura
minhas feridas; dá-me uma vida nova. Retira-me da prisão que eu mesma construi.
Coloca meus pés em campo aberto, liberta-me de todas as amarras, meu Senhor e
meu Deus.
Senhor, dá-me humildade para
reconhecer que mesmo desejando acertar vou me enganar e cometer erros. Que a
tua graça me conduza nos caminhos da vida. A tua graça me basta. Amém.
Senhor, "como a abelha precisa da flor eu preciso de você". |
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