“Quem dera que tivéssemos morrido pela mão
do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos
pão com fartura! Trouxeste-nos ao deserto para matar de fome toda esta
gente!... ‘Esse é o pão que o Senhor vos dá para comer’” (Ex
16,3.16).
Deserto do Sinai |
O povo no deserto murmurava contra Moisés
e Araão – na verdade murmurava contra Deus que o tinha levado ao deserto. O
deserto é um lugar solitário e desprovido de tudo, onde todas as nossas
certezas e seguranças viram pó. Onde não se tem abrigo contra o calor do dia e
o frio da noite. Mas Deus escuta a murmuração do povo e o socorre. Diante da
revolta do povo, Deus, que conhece suas fraquezas, age com bondade, ternura e
misericórdia: deu-lhes de comer o pão do céu.
A humanidade hoje é faminta, do pão
material – uma grande multidão passa fome – e do pão do amor. Muitos sentem uma
necessidade que as vezes não tem, mas que nos são impostas pelos meios de comunicação
que nos bombardeiam com seu apelo: compre, coma, beba, use... Há todo um
marketing visando atingir as necessidades mais profundas do ser humano que é
faminto por natureza. Aqui cabe uma pergunta: Por que somos tão famintos e
insatisfeitos. Sto. Agostinho nos ajuda a compreender: “Fizeste-nos para ti, e
inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti”. Fomos criados por
Deus e para Deus e só Ele pode nos saciar plenamente.
Jesus responde às nossas necessidades mais profundas:
“Esforçai-vos, não pelo alimento que se estraga, e sim pelo alimento que
permanece até à vida eterna. É este o alimento que o Filho do homem vos dará”
(Jo 6,27). Deus ouve de tal forma as nossas preces que nos dá o verdadeiro pão
do céu: a Eucaristia. Jesus se apresenta dizendo: “Eu sou o pão vivo descido do
céu. Se alguém comer deste pão viverá para sempre. E o pão que eu darei é minha
carne para a vida do mundo” (Jo 6,51).
“Senhor, dá-nos sempre desse pão” (Jo
6,34). Eu quero o pão do céu! Quero viver em Cristo. Viver a vida nova em
Cristo implica viver em uma batalha espiritual, contra o Maligno, o mundo e a
força do pecado em nós (cf. Rm 7,14). Para viver em Cristo precisamos abandonar
a nossa antiga conduta, despir a velha natureza, revestir-nos da mentalidade
nova (cf.Ef 4,22-24). Isso é obra da graça, dom do Espírito Santo. Quando nos
alimentamos diariamente da Palavra de Deus e da Eucaristia o Senhor vai nos
transformando.
Vamos orar?
Senhor Jesus, eu te ofereço o meu coração e peço
que o Senhor conduza a minha vida; ela só terá significado pleno se o
Senhor a conduzir. Sei que o Senhor quer o meu bem, a minha felicidade e por
isto eu opto por te entregar a minha vida. Apesar dos meus desejos
desordenados, condicionamentos, orgulho, egoismo, mentiras, acima de todas essas vozes
está a escolha que faço pelo teu senhorio pleno. E quando faço esta escolha
vejo que a tempestade dentro de mim, os pensamentos e sentimentos, se acalma. O
Senhor é o meu porto seguro onde o barco da minha vida encontra abrigo e pode
repousar. No teu coração amoroso, Jesus, são feitos os reparos dos danos causados
pelos embates das ondas, do sol forte e das tempestades. Ó Vem Espírito Santo!
Dá-me a graça de viver em Cristo, segundo o desejo de Deus Pai. Amém
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