Às vezes estamos tão envolvidos na
correria e barulho do mundo que não percebemos ou nos esquecemos de que de
tempos em tempos precisamos quebrar a rotina, sair no nosso lugar de conforto.
Pensamos: estou bem aqui, e todos os lugares
são iguais. Mas desde o Antigo Testamento o povo de Deus foi chamado a se
retirar a lugares especiais, lugares de peregrinação, em busca de Deus, de si
mesmo e do encontro com o outro. Para não nos alongarmos pensamos aqui como
lugar especial para os hebreus o monte Sinai ou Horeb (cf. 1Rs 19,8), e
Jerusalém. Jesus, como era costume do seu povo, fazia a peregrinação anual a
Jerusalém: Todos os anos, na festa da
Páscoa, seus pais iam a Jerusalém. Quando ele completou doze anos, subiram a
Jerusalém segundo o costume da festa (Lc 2,41-42).
... Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago
e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência, suas
vestes ficaram brancas e resplandecentes (Lc 9,28).
Se você sente em seu ser um
desejo de algo mais, se as coisas do dia a dia não saciam mais sua alma, se o
seu olhar se volta para o alto com sede e desejo do infinito, você está pronto
para ouvir o chamado: “Vem”. O Senhor Jesus te chama como chamou Pedro, Tiago e
João, para subir o Monte Tabor.
Se você aceita o convite, caminha com eles
durante a noite e se esforça para manter os seus passos seguindo os passos de
Jesus. Ao subir o monte vem à sua mente uma revisão de vida – o bem que
fizemos... o os erros que cometemos...
Suas necessidades, fraquezas, dons, sonhos, vitórias, derrotas... Todo o
mosaico da nossa vida passa pela mente em pedaços maiores ou menores, segundo
sua importância. A subida deixa a respiração ofegante... Não importa. O importante é prosseguir.
Enquanto subimos vamos descortinando um
cenário diferente. Nossos olhos se acostumam com a tênue claridade da noite e
podemos ver melhor – o contorno das colinas e das árvores, o céu cheio de
estrelas...
Há
quanto tempo eu não vejo o céu estrelado? Há quanto tempo tenho me deixado
endurecer pelas inquietudes da vida? Há quanto tempo tenho me fechado para o
outro? Há quanto tempo tenho me fechado para a novidade da graça de Deus?
A poluição, o barulho, as luzes da cidade,
o ritmo frenético da vida moderna facilmente nos afastam do contato com Deus, conosco
mesmo, com o outro, com a natureza. Hoje o Senhor vem nos reconectar com as
coisas simples da vida, nos convida a subirmos o monte e olharmos para o alto.
Senhor Jesus,
tu és a nossa paz! Entre agora no mais intimo do meu ser e me dê a tua paz. A
paz que o mundo não pode dar. A paz que permanece em nós mesmo nos momentos de
sofrimento, perdas, doenças... Ó Cristo Senhor, nossa paz. Aquieta o meu
coração e minha mente. Dá-me repouso, consolo, abrigo, nos desafios da vida.
Guardai-me no teu coração, meu Senhor e meu Deus. Amém.