E o deserto florescerá!

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domingo, 25 de outubro de 2015

CONSOLAÇÃO NOS SOFRIMENTOS

     “Consolai, consolai meu povo!” Diz o vosso Deus. “Falai ao coração de Jerusalém e lhe gritai: Terminou o tempo de seu serviço, foi saldado o débito da sua culpa; ela recebeu do Senhor o dobro por todos os seus pecados!” (Is 40,1-2).

    Nossa vida é profundamente marcada pelo pecado, muitas vezes fazemos o que não queremos e nos ferimos. Isto causa grande sofrimento. Sofrimento por nossas perdas, pelo que a vida e as pessoas nos fizeram, pelo que acontece com as pessoas queridas, pelo que acontece ao nosso redor, num mundo em convulsão. O sofrimento é uma realidade em nossa vida. Não gostamos de sofrer, mas não temos como fugir dele. A palavra de Deus nos traz um anúncio de consolação, pois quem está sofrendo necessita de consolo.

Como lidar com o sofrimento?

     O importante não é o sofrimento, mas a resposta que damos a ele. Diante do sofrimento podemos reagir com angústia profunda que amarga o coração. A angústia gera amargura, amargura gera ressentimento, o ressentimento gera resistência à graça de Deus, à consolação do Espírito Santo. Se vivemos assim somos dominados pelo medo. Medo de novas perdas e de mais sofrimento.

       Uma voz clama: “Abri no deserto um caminho para o Senhor, nivelai na estepe uma estrada para nosso Deus! Todo vale seja aterrado e todo monte e colina sejam abaixados. O terreno acidentado se torne em planície e as escarpas se transformem em amplo vale! Então a glória do Senhor se manifestará, e toda criatura humana verá: foi a boca do Senhor que falou!” (Is 40,3-5).

   Outra resposta que podemos dar é nos abrirmos para a graça de Deus e aceitar o processo de crescimento que Ele quer fazer em nós. A consolação que vem pela misericórdia de Deus abre um caminho no deserto do nosso coração. Não qualquer caminho, mas um caminho para o Senhor. Aterra os vales da angústia e do medo. Abaixa os montes e colinas do orgulho e egoísmo.
   
  Pela consolação do Espírito Santo o sofrimento pode se tornar um serviço ao mundo, um serviço de misericórdia.  Misericórdia para comigo mesma, por meus eganos e pecados. Misericórdia para com os outros. Misericórdia para com a imensa multidão de doentes e sofredores. Uno o meu sofrimento ao sofrimento de Jesus Cristo e participo do cálice de sua misericórdia. Eu me torno consolação.

    Para recebermos a consolação de Deus precisamos desapegar-nos do nosso sofrimento. Às vezes estamos tão doentes e carentes que nos apegamos ao sofrimento como forma de reconhecimento da nossa força e valor. Quando isso acontece de alguma forma recebemos uma consolação de nós mesmos, mas é uma consolação que não gera vida, não nos liberta. A consolação verdadeira é uma graça de Deus. Não depende do nosso esforço. Vem do amor do Pai revelado em Jesus Cristo pelo Espírito Santo. Podemos rezar como o salmista
Teu amor seja meu consolo, segundo a promessa feita a teu servo! 
(Sl 119(118), 76).

    Senhor, nosso bom Deus, de quem flui toda graça e misericórdia. 
Olha compassivo para nossos sofrimentos, cura nossas feridas, consola-nos nas perdas e no luto. 
Que transborde em nossos corações o teu amor que tudo perdoa, tudo cura e vai muito além do que possamos imaginar, regenerando nossas vidas. 
Que venha sobre nós a consolação do vosso Espírito de Amor. 
Faz-nos beber da fonte de misericórdia que jorra do lado aberto de Jesus, vosso Filho amado. 
Senhor, Deus da vida, encha o vazio do nosso coração com o seu amor.
Amém.

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