“Consolai, consolai meu povo!” Diz o vosso
Deus. “Falai ao coração de Jerusalém e lhe gritai: Terminou o tempo de seu
serviço, foi saldado o débito da sua culpa; ela recebeu do Senhor o dobro por
todos os seus pecados!” (Is 40,1-2).
Nossa vida é
profundamente marcada pelo pecado, muitas vezes fazemos o que não queremos e
nos ferimos. Isto causa grande sofrimento. Sofrimento por nossas perdas, pelo
que a vida e as pessoas nos fizeram, pelo que acontece com as pessoas queridas,
pelo que acontece ao nosso redor, num mundo em convulsão. O sofrimento é uma
realidade em nossa vida. Não gostamos de sofrer, mas não temos como fugir dele. A palavra de Deus nos traz um anúncio de consolação, pois quem está sofrendo necessita de consolo.
Como lidar com o sofrimento?
O importante não é o sofrimento, mas a
resposta que damos a ele. Diante do sofrimento podemos reagir com angústia
profunda que amarga o coração. A angústia gera amargura, amargura gera
ressentimento, o ressentimento gera resistência à graça de Deus, à consolação
do Espírito Santo. Se vivemos assim somos dominados pelo medo. Medo de novas
perdas e de mais sofrimento.
Uma voz clama: “Abri no deserto um
caminho para o Senhor, nivelai na estepe uma estrada para nosso Deus! Todo vale
seja aterrado e todo monte e colina sejam abaixados. O terreno acidentado se
torne em planície e as escarpas se transformem em amplo vale! Então a glória do
Senhor se manifestará, e toda criatura humana verá: foi a boca do Senhor que
falou!” (Is 40,3-5).
Outra resposta que podemos dar é nos abrirmos
para a graça de Deus e aceitar o processo de crescimento que Ele quer fazer em
nós. A consolação que vem pela misericórdia de Deus abre um caminho no deserto
do nosso coração. Não qualquer caminho, mas um caminho para o Senhor. Aterra os
vales da angústia e do medo. Abaixa os montes e colinas do orgulho e egoísmo.
Para
recebermos a consolação de Deus precisamos desapegar-nos do nosso sofrimento.
Às vezes estamos tão doentes e carentes que nos apegamos ao sofrimento como
forma de reconhecimento da nossa força e valor. Quando isso acontece de alguma
forma recebemos uma consolação de nós mesmos, mas é uma consolação que não gera
vida, não nos liberta. A consolação verdadeira é uma graça de Deus. Não depende
do nosso esforço. Vem do amor do Pai revelado em Jesus Cristo pelo Espírito
Santo. Podemos rezar como o salmista:
Teu
amor seja meu consolo, segundo a promessa feita a teu servo!
(Sl 119(118),
76).
Senhor, nosso bom Deus, de quem flui toda
graça e misericórdia.
Olha compassivo para nossos sofrimentos, cura nossas
feridas, consola-nos nas perdas e no luto.
Que transborde em nossos corações o
teu amor que tudo perdoa, tudo cura e vai muito além do que possamos imaginar,
regenerando nossas vidas.
Que venha sobre nós a consolação do vosso Espírito de Amor.
Que venha sobre nós a consolação do vosso Espírito de Amor.
Faz-nos beber da fonte de misericórdia que jorra do lado aberto de Jesus,
vosso Filho amado.
Senhor, Deus da vida, encha o vazio do nosso coração com o seu
amor.
Amém.
Amém.
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