E o deserto florescerá!

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segunda-feira, 27 de março de 2017

EU QUERO MISERICÓRDIA (Mt 9,13)

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Jesus é o rosto da misericórdia de Deus, e a misericórdia de Deus se manifesta sobretudo no perdão dos pecados. Ele perdoa porque nos ama. Diante de nós estão dois caminhos: vida e morte, arrependimento ou perdição. Nossa realidade é: Todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus (Rm 3,23). O desejo de Deus é salvar a todos. Por isto Ele nos fala, nos faz um apelo; voltai... convertei-vos... Apelo que vem do coração amoroso do Pai: Volta, Israel, ao Senhor Deus, pois tropeçastes em tua culpa (Os 14,2).
       Todos nós encontramos pedras no caminho da vida e tropeçamos nelas. Às vezes o tropeço nos faz perder o equilíbrio e outras vezes nos joga no chão, de onde é muito difícil levantar. Mas o Senhor sempre nos dá uma nova oportunidade da vida na graça, que é a liberdade. Esta libertação acontece na experiência do amor do Pai, no encontro com Jesus, no dom do Espírito Santo. Os Evangelhos narram muitos desses encontros...

      Num sábado, Jesus ensinava numa sinagoga. Havia ali uma mulher que há dezoito anos tinha um espírito que a enfraquecia. Andava encurvada e não podia se endireitar. Vendo-a, Jesus chamou-a e disse: Mulher, estás curada de tua doença. Impôs-lhe as mãos, e ela imediatamente se endireitou e começou a louvar a Deus. (Lc 13, 10-13)

      O que mais chama nossa atenção neste texto é o olhar de Jesus. Vendo-a... Jesus a olhou. Talvez pela primeira vez na vida dela alguém realmente a viu. Viu-a em sua fraqueza que a fez se curvar... em sua história de vida... suas dores... sua carência emocional e afetiva... a falta de dignidade... dificuldades na família... os relacionamentos que roubaram muito dela... o desemprego... a doença... a solidão... a culpa pelas conseqüências das escolhas erradas que fez na vida... e viu que tudo isto se tornou uma batalha espiritual que ela não conseguia vencer: um espírito a enfraquecia. Mas apesar disso ela continuava fiel, frequentando a sinagoga.

Jesus a encontra nesta triste realidade, já sem esperança e consolação. E a olhando com amor Ele diz: Estás curada de tua doença.  Estás livre de teus fardos.

     Continuando o texto vemos que veio a voz de quem quer regular a ação de Deus: Há seis dias em que se pode trabalhar. Nesses dias vinde curar-vos e não em dia de sábado. (Lc 13,14). Se contrapondo à ação libertadora de Jesus há vozes que nos condenam, que não suportam nos ver livres. Vozes fora de nós e dentro de nós. Satanás quer nos ver encurvados. Jesus é o libertador. Esta luta é constante dentro de nós: a quem vamos ouvir? Quem vai vencer? Quem vai reinar sobre nós? 

    A ação de satanás nos encurva, endurece, infla o orgulho, a soberba e o apego ao dinheiro...
    A ação de Deus traz alegria, nos ilumina e liberta. Dele recebemos os dons necessários para viver em abundância. Mas o que é abundância para Deus? É graça e paz.

A graça é a amizade, a intimidade com o Senhor e a fortaleza do Espírito Santo:  Eu vos chamo amigos (Jo15,15). A paz é o dom do ressuscitado: A paz esteja convosco. (Jo 20,19). A paz de Deus é um dom precioso, nos dá confiança no Senhor, nos dá serenidade para vencer as lutas da vida sem nos encurvar.

Senhor Jesus, Rei salvador. 
Liberta-nos da angustia e do medo das forças maléficas que agem no mundo. 
Dá-nos a graça de firmar nossos pés na rocha que é o Senhor Ressuscitado. 
Dá-nos a paz e alegria do amor do Pai, e a consolação e força do Espírito Santo. 
Restaura a dignidade humana que perdemos pelo pecado. 
Ajuda-nos a fazer o bem que o Senhor nos permite fazer hoje, sem nos angustiarmos com o que está além das nossas forças. 
Amém.

Disse-vos estas coisas para que minha alegria esteja convosco, e vossa alegria seja completa (Jo 15,11)

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