“Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 11,11).
“Podeis beber o cálice que eu vou beber?” (Mt 20,22).
Vamos meditar com estas duas perguntas que o Senhor nos faz e deixar que elas questionem nosso modo de viver. Primeiro Jesus faz uma pergunta a Pedro e a cada um de nós na qual revela seu profundo amor e obediência ao Pai. Em Jo 12, 27-28 Jesus revela sua perturbação diante da paixão e da morte, mas acima da sua dor está sua missão e o objetivo dessa missão: nossa salvação para a glória do Pai, reconciliando a humanidade com Deus como o primogênito de uma multidão de irmãos.
A segunda pergunta Jesus faz a seus discípulos desejosos de poder, que ainda não tinham compreendido o projeto de Jesus e sua missão. A mesma pergunta Jesus faz a nós, seus discípulos hoje, que ainda não compreendemos que seguir o Mestre é servir. E ainda mais, não compreendemos a natureza do serviço a que o Senhor nos chama.
A primeira pergunta se refere a nossa vida pessoal. Há um cálice que a vida nos traz e diante do qual não temos saída, só nos resta beber com tudo que há nele de bom e de ruim. O cálice da vida muitas vezes é doloroso, mas é também um cálice de alegria e de benção. Como aconteceu na vida de Jesus também em nossa vida a cruz e a glória estão juntas.
A segunda pergunta se refere ao nosso apostolado, missão, com o desafio de amar como Jesus amou, com o cansaço do passo mantido, as dificuldades de relacionamento, o não ver muitas vezes o fruto do nosso trabalho. Tudo isto só tem sentido se for para a glória do Pai. Saber que faço parte de um projeto muito maior, que eu não vejo em sua totalidade, mas o Pai vê e conduz todas as coisas em nossa vida e missão pelo seu Espírito de Amor.
Jesus nos ensina como beber o cálice da vida e da missão - que estão juntos - um influencia o outro. Com o olhar no Mestre, caminhamos pondo nossos pés em sua pegadas, temos paz para beber o cálice da vida.
Senhor Jesus, reconheço tenho dificuldade em beber o cálice da vida. Muitas vezes ele é amargo e me traz coisas que eu não gostaria de passar. E muitas vezes quando ele está cheio de coisas boas eu não sei reconhecer e celebrar. Mas com tua graça eu posso tomá-lo em minhas mãos, erguê-lo em ação de graças e beber. Com confiança no Senhor que o bebeu antes de mim e recebeu o penhor da vitória em sua ressurreição. Amém.
“Mas em tudo isso somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou” (Rm 8,37).
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