E o deserto florescerá!

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sábado, 11 de agosto de 2012

JESUS, O BOM PASTOR DA FAMÍLIA


        A família foi constituida e amada por Deus desde o início da criação: “Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher e se tornarão uma só carne” (Gn 2,24). E Deus tomou sob seus cuidados a família que é a base da grande família humana, objeto do amor de Deus. Pois, Deus ama cada pessoa com amor único e eterno (Jr 31,3). E na Antiga Aliança Deus se apresenta muitas vezes como o pastor do seu povo. Por exemplo: “Ele o guardará como um pastor a seu rebanho” (Jr 31,10); “Eis que eu mesmo buscarei minhas ovelhas e tomarei conta delas” (Ez 34,11); “O Senhor é meu pastor: nada me falta” (Sl 22(23),1).

         Na Nova Aliança Jesus se apresenta como o Bom Pastor: chegou a “plenitude dos tempos”, Deus veio pessoalmente pastorear o seu povo, sua família. Reunidos aqui vamos ouvir a voz do Bom Pastor, como se estivesse sentado na sala ou na mesa da nossa casa, ceando conosco e nos falando pessoalmente.
Vamos ler Jo 10,1-16

       Procuremos nos colocar no texto. As ovelhas é a nossa família. As vezes pensamos que somos o centro de tudo, mas quando nascemos entramos numa família que já existia antes de nós. Avós, pais, tios, irmãos mais velhos, constituiram esta família antes de nascermos. Honrar pai e mãe é reconhecer isso e tratá-los conforme este reconhecimento.

       A família na qual somos inseridos ao nascer influencia muito nossa vida. De muitos modos eu sou a soma daquilo que foi construido por meus antepassados. Para ter boa saúde emocional preciso me conectar ao depósito de memória deles e ver os valores para reforçá-los, e conhecer também os pecados, os maus hábitos, aquilo do qual eu preciso me desligar. Por isso precisamos valorizar os mais velhos, conhecer suas histórias e a história da família.

        Geralmente a família é constituída no amor, mas precisamos ver que tipo de amor acontece em nossa família: amor que adoece ou amor que cura. Amor que adoece é aquele que chantageia, amedronta, oprime, manipula, escraviza,  não deixa a pessoa crescer, geralmente gera morte. Amor que cura, ao contrário, dá segurança, boa auto-estima, flui o perdão, a comunicação, liberta e faz a pessoa crescer.

       A ovelha é um animal ingênuo, uma vítima natural. Mas ela tem uma qualidade: ouve bem e sabe reconhecer a voz do Pastor, reconhecer em quem pode ou não confiar. E se não confia não segue, empaca, não sai do curral. Deus lhe deu esse sentido para sua proteção - para saber se alguém veio “para roubar, matar e destruir”. Para nós este sentido é o dom do discernimento que era considerado o mais importante pelos padres do deserto. Na família esse papel é do pai e da mãe. Na sua família há alguém com ouvidos aguçados para ouvir a voz do Bom Pastor? Nos dias de hoje observamos a perda do discernimento na família pela falta do temor a Deus e confusão nos papéis de cada um. Muitas vezes os filhos não percebem que os pais são os pastores da família e ficam à mercê do mercenário – as más companhias, o traficante, falsas doutrinas, etc. – que os levam, e as vezes à toda família, para a boca do lobo.

        O lobo é o malígno.  A luta de Jesus contra o demônio faz parte de sua obra de salvação: “O Filho de Deus apareceu para isso: para destruir as obras do diabo” (1Jo 3,8). Jesus diz que “ele foi homicida desde o princípio”, “vem para roubar, matar e destruir”. Em relação ao inimigo costumamos ter duas atitudes: dar importância de mais ou de menos. Há quem pense que todo mal é obra do demônio sem levar em conta nosso livre arbítrio; outros não vêem a ação do maligno em nehuma situação. Mas, olhemos à nossa volta: a violência, infelicidade, tristeza, raiva, insatisfação, angústia, assassinatos, roubos, impureza – que traz consigo todas as formas de pornografia - , etc, não é obra só da maldade humana. Ele é o inimigo que desfaz à noite o que construimos durante o dia. Um dia eu estava orando por minha família e me veio esta imagem: durante o dia eu carregava tijolos para a edificação da minha casa, mas durante a noite o maligno roubava tudo. Era uma luta desgastante e desigual. E na atual situação do mundo vemos que o mal vai se tornando natural, parte de nossa vida e de nossa família. Dizemos: é assim mesmo.

       O demônio busca implantar seu reino dentro de nós por meio de suas sugestões que se torna confusão – quantas pessoas têm a mente confusa -, o passo seguinte é a fusão - quando não sabemos discernir mais os nossos pensamentos - e finalmente acontece a substituição – pensamos o que o maligno nos sugeriu. Ele faz nossa cabeça para dominá-la.
Precisamos cooperar para a vitória de Jesus, Bom Pastor.  Precisamos lutar com as armas que ele nos deu: a fé e o dom do discernimento  (ouvidos aguçados).

      Jesus é o Bom Pastor! Ele veio para nos dar vida e vida em abundância. Conhecemos a sua voz? Confiamos na voz do Bom Pastor? Tive uma experiência de sair do redil com o Bom Pastor, de caminhar com ele, de passar uma noite em sua companhia, adormecer em seu peito? Jesus está disposto a passar muito tempo ao lado do redil esperando que a ovelha tenha a coragem de sair, e está disposto a acompanhar, mesmo de longe, aquela que saiu do redil e se perdeu, esperando que ela se deixe encontrar. Até que nos rendamos e falemos com ele: tudo bem, quero ouvir tua voz e caminhar sob o seu cajado. Então, Jesus já não será mais um estranho mas o amigo mais íntimo. Com ele caminhamos sem medo.

Algumas vivências que necessitam de cura familiar:
·         Ser rejeitado durante a gestação e na primeira infância.
·         Adultério, prostituição, aborto.
·         Vícios; drogas - lícitas e ilícitas-; jogo; maus negócios...
·         Prática de falsas doutrinas.
·         Doenças físicas, mentais e emocionais.
·         Mortes violentas, crimes, acidentes...

Pense em qual dessas áreas você e sua família mais precisa de cura.

 Ó  Jesus, Bom Pastor, te convidamos a entrar nas áreas mais dolorosas de nossa experiência familiar.
 Renova em nós o dom da fé e a certeza que o Senhor caminha conosco sempre. 
Senhor, somos teus filhos amados, renova a confiança no seu amor e dá-nos a graça de te amar sobre todas as coisas. 
Senhor Jesus, dá-nos o dom do perdão, cura as feridas e renova o amor em nossa família.
 Amém.


(Ensino dado na tarde de oração de cura e libertação em 11/08)







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