Refletindo em grupo o livro de
Thomas Merton, Na Liberdade da Solidão, tenho pensado nessas palavras:
“solidão” e “solitude”. Na minha busca por compreender melhor o que Merton
fala encontrei esse pensamento:
“A linguagem criou a palavra solidão para expressar a dor de estar
sozinho. E criou a palavra solitude para expressar a glória de estar sozinho.”
(Tillich).
Não terminei a busca por compreensão, mas
o que ficou para mim no momento é que: Solitude é a glória de ser só de Deus
para melhor estar com as pessoas.
Vejo que tenho experimentado em muitos momentos a
solitude. Momentos em que parece que toda ajuda humana com que contávamos
desaparece, e sou “forçada” a confiar somente em Deus e na ajuda que Ele
proverá para mim. Às vezes a ajuda vem de onde menos esperamos, mas ela
certamente vem. Apesar do medo e ansiedade, nunca fiquei
desamparada. Estou aprendendo a viver em solitude...
O melhor exemplo da vida em solitude é a
Virgem Maria. Ela foi obediente em tudo, não se fez maior em nada, a
não ser na graça de Deus. Mãe da humildade, sempre disponível para Deus (Lc
1,38). Preciso aprender com a Mãe a graça da humildade, de “fazer sempre o que
Jesus disser” (cf.Jo 2,5). O orgulho é a raiz do sofrimento demasiado
pelas injustiças sofridas, pelos contratempos que desfaz nossos planos e
destrói nossos sonhos, aquilo que tínhamos como certo.
Senhor, sei que
não correspondo inteiramente ao teu plano de amor para mim, mas desejo “fazer
com prazer a vossa vontade”. O Senhor me chama à entrega de amor, ao abandono
confiante em vossas mãos. Mas vejo como é imperfeito o meu amor e quanto falho
na entrega confiante a Vós. Mas apesar de tudo, eu peço, que a minha vida
seja cheia dos frutos do Espírito Santo. E que em todas as situações eu possa
dizer como Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Aconteça comigo segundo tua
palavra! (Lc 1,38). Senhor dá-me a graça da solitude. Que no colo da Virgem Maria eu receba do Espírito Santo a confiança profunda no amor e misericórdia de Deus.
O
próprio Senhor dá a felicidade, e nossa terra dá o seu fruto (Sl
85,13).
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